Da Agência Estado
Nas próximas duas semanas o PT de Sergipe espera ter uma conversa com a secretária estadual
de Integração Social, Eliane Aquino, viúva do governador Marcelo Déda,
morto em dezembro do ano passado, para saber se a ex-primeira-dama
aceita disputar o Senado na chapa do governador Jackson Barreto (PMDB),
candidato à reeleição. Em entrevistas logo após a morte de Déda, ela
descartou a possibilidade, mas atualmente já estaria disposta a discutir
a ideia. “Ainda não conversamos com Eliane mas se ela topar é consenso
tanto no PT quanto na base aliada”, disse o deputado Márcio Macêdo
(PT-SE).
Jornalista por
formação, Eliane conheceu Déda quando trabalhava como fotógrafa em uma
assessoria de imprensa de Brasília. Dois anos depois ela desembarcou em
Aracaju pela primeira vez na condição de futura primeira-dama da capital
sergipana. Desempregada e sem amigos na cidade, ela e o marido tiveram
uma conversa com o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) que a autorizou a
replicar na capital sergipana a ONG Missão Criança, criada por ele em
Brasília.
No primeiro mandato de Déda
na prefeitura Eliane trabalhou com a ONG no bairro Santa Maria, um dos
mais pobres da cidade. Na campanha pela reeleição, em 2004, porém, ela
foi alvo de adversários que a acusaram de usar a máquina municipal para
beneficiar a Missão Criança e acabou se afastando.
Quando
Déda foi eleito governador, em 2006, Eliane assumiu a coordenação do
Gabinete Integrado, responsável por articular os programas sociais entre
as diversas secretarias. No segundo mandato, assumiu o cargo de
secretária estadual de Integração Social, que ocupa até hoje com a
promessa de permanecer caso Jackson Barreto seja reeleito.
As
credenciais para disputar o Senado, no entanto, surgiram durante o
longo processo entre a descoberta do câncer de Deda, em 2011, e sua
morte no dia 2 de dezembro de 2013. Incumbida de informar a população
sobre o real estado de saúde do governador diante da onda de boatos
sobre sua morte, Eliane ganhou protagonismo e se tornou uma celebridade
em Sergipe.
No funeral de Déda,
acompanhado por uma multidão, sua presença causava ondas de histeria. O
fato não passou despercebido pela cúpula do PT local.
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