De O Estado de S.Paulo - Isadora Peron
O
governador de Pernambuco e provável candidato à Presidência, Eduardo
Campos (PSB), que passou 2013 rodando o Brasil para ganhar visibilidade
nacional, precisou nos últimos dias serenar os ânimos de aliados em seu
próprio Estado. Pressionado a antecipar o nome de quem será o escolhido
para disputar o governo estadual, Eduardo tem repetido que não pretende
tomar já essa decisão.
Desde
o início do ano, o PSB pernambucano vive uma disputa interna pela
definição do futuro candidato ao Palácio das Princesas. Lutam pela
indicação os secretários de governo Tadeu Alencar (Casa Civil) e Paulo
Câmara (Fazenda), além do ex-ministro da Integração Nacional Fernando
Bezerra Coelho e do vice-governador João Lyra.
QUE NEM O PT
A
situação é inédita para Campos. Presidente nacional do PSB, ele sempre
teve o domínio completo do partido e raramente tem as decisões
questionadas por correligionários. Nos bastidores, o que se ouve é que o
PSB está tendo os seus dias de PT, já que as decisões da sigla do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Pernambuco costumam ser
marcadas por muita confusão e intriga.
Na terça, 21, ao comentar a definição do candidato do
seu partido em Pernambuco, Campos disse que há pessoas que por falta de
'coragem' estariam agindo repassando informações sob a condição do
anonimato e outras que estariam trabalhando por interesse próprio,
usando a imprensa para tentar promover suas ideias. Era um recado para a
disputa doméstica no PSB.
GERALDO
Homem
de confiança do governador, o prefeito do Recife, Geraldo Júlio, foi
escalado para acompanhar de perto esse processo. Ele, no entanto, diz
que não há sinais de desentendimentos internos. 'É natural que haja
ansiedade de algumas pessoas. Isso faz parte do processo. Mas isso é
mais na imprensa do que na vida real.' Nas
próximas semanas Eduardo prometeu procurar aliados e lideranças do PSB
para iniciar conversas e tentar apaziguar os ânimos em torno de sua
sucessão.
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