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domingo, 19 de janeiro de 2014

Disputa silenciosa na sucessão de Eduardo

Unidade interna sob ameaça; Campos tenta frear ímpetos (Foto: Arte/Folha PE)
Antes reclusas e fechadas nos bastidores do Governo do Estado, as pretensões e burburinhos sobre a sucessão estadual ganharam as manchetes da Imprensa deixando suas marcas no processo decisório. Após surgirem notícias de favoritismo de dois pré-candidatos socialistas da cozinha do Palácio das Princesas, uma disputa silenciosa foi travada em defesa de cada um dos quadros e, com isso, as insatisfações foram se acumulando. Em paralelo, nomes preteridos na bolsa de apostas silenciaram, mas mantiveram as articulações.
Com o discurso oficial do governador Eduardo Campos (PSB) de que só abordaria as eleições em 2014, o ano teve um início quente com a informação de favoritismo dos secretários da Fazenda, Paulo Câmara, e da Casa Civil, Tadeu Alencar. Após uma atuação discreta na gestão por sete anos, Câmara deu uma declaração sinalizando positivamente para sua indicação, caso fosse escolhido. A partir deste momento, posições nos bastidores governistas foram afloradas a favor de cada postulante.
Os socialistas que defendem a indicação dos técnicos afirmam que Paulo Câmara e Tadeu são os mais sintonizados com o discurso de “nova política” defendido por Campos. “A avaliação é que Eduardo precisa de um fato novo na política. Nenhum outro nome posto é um fato novo. Ele precisa de alguém que encarne a nova política. Desses nomes, Tadeu e Câmara são os mais cotados”, destacou uma fonte palaciana.
Os rumores trouxeram insatisfação de lideranças que ficaram de fora do processo e se queixavam de que não tinham sido ouvidas. Preteridos da bolsa de aposta, nomes com perfil político como o ex-ministro Fernando Bezerra Coelho (PSB) e o vice-governador João Lyra Neto (PSB) adotaram o silêncio, mas não reduziram as articulações. Chegaram a conversar, na última quinta-feira, e se mostraram perplexos com o clima de antecipação.
Os grupos que defendem as lideranças históricas cogitam, inclusive, tomar uma posição contrária à indicação de um quadro técnico. “Esse processo está totalmente equivocado. Entre esses nomes não tem ninguém que tenha disputado uma eleição, tradição política ou voto”, disparou outra fonte em reserva.
Entre os partidos aliados, a expectativa acabou crescendo junto com a ansiedade pelo início das conversas. Muitas lideranças ficaram ressentidas por não terem sido escutadas em meio às especulações sobre definição do candidato a governador. Diante desse clima de acirramento, teve quem alertasse para o risco de corpo mole, durante a campanha, caso caciques da Frente Popular não sejam escutados.(Por Carol Brito Da Folha de Pernambuco)

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