Michel
Temer provou nesta semana que é bom de Congresso. Consolidou sua
maioria na Câmara e no Senado. Mas o governo continua sendo muito ruim
de rua. E acaba de fazer um movimento que o distancia um pouco mais da
sociedade.
Temer
promoveu seu amigo Moreira Franco do cargo de secretário-executivo para
o posto de ministro. Citado nas delações da Odebrecht, Moreira é, hoje,
um inquérito esperando para acontecer. E sua promoção lhe proporciona o
escudo do foro privilegiado. Em vez de virar matéria-prima para Sérgio
Moro, Moreira só poderá ser processado no Supremo Tribunal Federal.
Todo
mundo no governo nega. Mas o que Temer fez com Moreira Franco é
exatamente o que Dilma tentou fazer com Lula ao nomeá-lo ministro-chefe
da Casa Civil da Presidência da República. A nomeação de Lula foi
anulada. E ele se tornou réu em cinco ações penais abertas na primeira
instância, em Curitiba e Brasília. Não são negligenciáveis as chances de
que seja condenado neste primeiro semestre.
Ao
empossar Moreira, Temer disse que sua promoção a minsitro foi “mera
formalidade”. O próprio Moreira atribuiu a novidade à necessidade de dar
mais força e conteúdo à ação da Presidência da República. Tudo muito
lindo. Mas a imagem que fica é a de que o presidente da República agiu
para proteger um amigo encrencado com a Justiça. Isso tem um custo
político.
Não
podendo elevar a estatura do governo, Temer rebaixa o teto. E a plateia
conclui que, mais cedo ou mais tarde, todos os governos acabam
correspondendo aos que não têm qualquer motivo pra confiar neles.
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