Do blog de Magno Martins
Parte
do dinheiro utilizado para a compra do avião do então candidato à
Presidência Eduardo Campos (PSB), que morreu em 2014, partiu da nova
empresa investigada pela Polícia Federal na operação Vórtex, deflagrada
hoje. O superintendente da PF informou que não revelaria o nome da
companhia, nem dos sócios levados para depor na sede do órgão, mas o
blog apurou que se trata da empresa Lidermac Construções, pertencente
aos empresários Gerson, Gláucio e Rodrigo Carneiro Leão.
Segundo as investigações, esta companhia repassou R$ 159.910 para a
Câmara & Vasconcelos, empresa identificada como sendo apenas de
fachada na Operação Turbulência. Este exato valor foi repassado, dois
dias depois, para a empresa dona do avião que vitimou o ex-governador de
Pernambuco.
“O que chamou a nossa atenção foram os valores fracionados e
transferências com apenas dois dias de diferença. O terceiro ponto é a
conta da Câmara & Vasconcelos, que era usada para lavagem de
dinheiro, como se quisesse mascarar quem estava fazendo aquela
transferência”, apontou a delegada Andrea Pinho.
Ao investigar mais a fundo a empresa, a Polícia Federal resolveu
levantar dados dos sócios e os seus contatos. Foi visto, então, que as
doações a candidatos e partidos políticos em anos de campanha aumentaram
exponencialmente. "Chama a atenção as doações que essa empresa fez para
campanhas eleitorais, a evolução de 2006 a 2014. Se em 2006 eram da
ordem de R$ 30 mil, de 2014 em torno de R$ 3,8 milhões para deputados e
partidos", detalhou o superintendente.
Dos R$ 87,5 milhões em contratos com o governo do Estado, entre os
anos de 2010 a 2016, R$ 75 milhões foram registrados durante o período
que o ex-governador esteve no poder. "Estamos levantando a procedência
desses contratos, tem contratos com outras instituições. Não quer dizer
que esses contratos seja irregulares", destacou Diniz.
A relação dessa empresa com doações para políticos também está sendo
apurada pela PF. "Outras questões demonstrarem estranheza. Essa empresa,
ao longo dos anos, tem recebido por intermédio de contratos firmados
com o governo estadual muitos recursos para várias obras e serviços.
Isso também será objeto de levantamento. A suspeita é que a empresa
tenha uma relação muito próxima com partidos políticos e dirigentes.
Vamos ver ainda se houve uma forma de retribuição em doações de
campanhas", afirmou.
As doações de campanha ocorreram entre os anos de 2006 a 2014. Em
2006 foram R$30 mil, 2008 (R$ 3mil), 2010 (R$ 270 mil), 2012 (R$1
milhão) e 2014 (R$3,856 milhões). Foram apreendidos documentos,
comprovantes de depósito, HDs e mídias em geral. O material recolhido
será analisado e as informações cruzadas com os dados da Operação
Turbulência.
Dos quatro sócios que tiveram mandado de condução coercitiva
emitidos, três já foram ouvidos. De acordo com a delegada, o quarto não
estava no Recife, mas já se comprometeu em se apresentar às autoridades.
Vórtex
A Operação Vórtex é originada na Operação Turbulência, que investiga
uma organização criminosa suspeita de lavagem de dinheiro e de ter
financiado a campanha do ex-governador. A investigação mais recente
analisa, principalmente, uma empresa identificada, mas não alvo dos
policiais anteriormente.
Ao todo, foram emitidas dez ordens judiciais, sendo seis mandados de
busca e apreensão e quatro mandados de condução coercitiva no bairro de
Boa Viagem, Zona Sul do Recife. Todos os conduzidos coercitivamente são
sócios desta empresa, segundo a PF.
As buscas foram feitas nos bairros de Boa Viagem e Pina, na capital
pernambucana, e no município de Jaboatão dos Guararapes, no Grande
Recife
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