Algumas propriedades de São Bento do Una e de Ibirajuba, municípios
localizados a aproximadamente 200 km do Recife no Agreste Pernambucano,
relataram nos escritórios da Agência de Defesa e Fiscalização
Agropecuária de Pernambuco (Adagro) uma mortalidade de bois, vacas e
bezerros acima do comum.
Equipes da Adagro estão nas
propriedades realizando necropsia nos animais, coletando material para
análise laboratorial e investigando o local para encontrar a possível
causa da mortalidade. “Estamos trabalhando com a possibilidade de
infecção por botulismo, mas só podemos ter a certeza depois que saírem
os laudos laboratoriais”, explicou a diretora presidente da Adagro,
Erivânia Camelo. Os exames seguirão para um laboratório em São Paulo e
os resultados devem sair em 10 dias.
Diante dessa
possibilidade a recomendação da Adagro é que os produtores procurem
imunizar seus animais contra a doença, pois além de não ter cura o
animal pode morrer em algumas horas ou semanas, depende da quantidade de
toxina ingerida.
No Brasil, o botulismo endêmico ocorre
principalmente nos bovinos, e manifesta-se em regiões geográficas com
acentuada deficiência de fósforo. Os animais procuram suprir a falta
deste mineral na alimentação mediante ingestão de ossos (osteofagia) ou
cadáveres (sarcofagia), fato que pode ser observado em períodos de seca.
O botulismo é uma forma de intoxicação alimentar,
causada por uma toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum,
que se desenvolve em ambientes sem oxigênio e pode estar presente no
solo, na água e em alimentos contaminados. O botulismo também é
conhecido como “doença ou mal da vaca caída”. O Clostridium botulinum
pode ser encontrado frequentemente no intestino do animal, e quando ele
morre, aparecem condições favoráveis para o desenvolvimento da bactéria e
da toxina.
Os animais também podem manifestar a
enfermidade bebendo água parada, geralmente rasa e esverdeada. Outra
forma de contaminação é pela ingestão de grãos de milho, feno, silo e
rações armazenados de forma inadequada ou em estado de decomposição. A
cama de frango é um excelente meio para a proliferação do clostridium.
O
principal sintoma do Botulismo é a paralisia dos músculos de locomoção,
mastigação e deglutição. O problema se manifesta inicialmente nas patas
traseiras, e o animal começa a apresentar um andar duro e desajeitado
preferindo ficar deitado. Depois o animal apresenta dificuldade em
pastar e mastigar alimentos. Não há febre e a duração da doença é
variável, e vai depender da quantidade de toxina ingerida.
Para
evitar a doença nos animais algumas medidas devem ser tomadas:
Eliminação dos cadáveres do pasto. Os animais mortos com sintomas da
doença
devem ser queimados e enterrados em covas profundas, longe de fontes de
água; Correção da deficiência de fósforo, pois com essa medida o
produtor evita que o animal procure ossos no pasto para se alimentar,
devido à carência de minerais; vacinação anual, com reforço um reforço
30 dias depois e a alimentação oferecida ao animal não deve estar
estragada ou em decomposição.
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