Do G1 Brasília - Filipe Matoso
Programa permite redução temporária de 30% das horas de trabalho.
Para centrais sindicais, proposta deverá garantir manutenção de empregos.
Representantes
de centrais sindicais e associações industriais que participaram de
cerimônia no Palácio do Planalto nesta segunda-feira (6) elogiaram o
Programa de Proteção ao Emprego (PPE) lançado pelo governo federal. Eles
afirmaram que, "em momentos de crise" econômica, as medidas devem
manter os empregos dos trabalhadores pelo país. A presidente Dilma
Rousseff enviou ao Congreso Nacional uma medida provisória(MP) que
permite que empresas com dificuldades financeiras temporárias reduzam a
jornada de trabalho dos funcionários. O PPE propõe diminuir em até 30%
as horas de trabalho, com redução proporcional do salário pago pelo
empregador.
A diferença do salário será parcialmente compensada pelo governo, que
vai pagar ao trabalhador 50% da perda, com recursos do Fundo de Amparo
ao Trabalhador (FAT). De acordo com o ministro do Planejamento, Nelson
Barbosa, a MP deverá ser publicada nesta terça-feira, quando entra em
vigor, e deverá ser regulamentada no prazo de até 15 dias. Para o
presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, o
programa chegou “em boa hora”.
“O
programa é bem vindo, vem em boa hora. É necessário dizer que quando
reivindicamos o programa - isso foi em 2012, portanto com pleno emprego –
a visão nossa era criar um programa que, em olhando no futuro, em
episódio de crise, pudéssemos utilizá-lo como mais um mecanismo da
legislação trabalhista, que nos dê condições de vencer momentos de
dificuldade especialmente com a globalização”, disse Marques.
“Em muitos setores da economia, na indústria mesmo, o programa deverá
ser utilizado muito rapidamente. É um programa que vem em boa hora, é um
programa que os trabalhadores reivindicavam. O governo, com isso, dá um
sinal forte para a sua base social, que está dialogando, discutindo e
implementando uma boa novidade aos trabalhadores do Brasil”, completou.
Na
avaliação do presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de
Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, o programa tem como objetivo a
superação de crises, uma vez que não é destinado somente a determinados
setores da economia.
“Eu
considero uma medida de extrema relevância. Tomada pela presidenta
Dilma e pelos seus ministros, o programa é um programa que assegura o
emprego, o que é fundamental nessa questão, até porque não é dirigido a
um segmento específico”, afirmou Moan.
A
gerente de assuntos institucionais da Associação Brasileira da
Indústria Química, Marina Mattar, também elogiou a medida e afirmou que o
setor apoia "qualquer medida do governo que dê apoio a iniciativas de
preservação da mão de obra qualificada" o que, para a entidade, ocorre
no programa.
No
Palácio do Planalto, o primeiro-secretário da Força Sindical, Sérgio
Luiz Leite, afirmou que a entidade defende programas que assegurem o
emprego e não o desemprego, em uma referência ao seguro-desemprego. Na
avaliação dele, o programa se trata de “importante mudança” e “valoriza”
os processos de negociação coletiva entre sindicatos e empresários.
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