Câmara
dos Deputados confirmou o fim da reeleição e a fixação de todos os
mandatos em cinco anos. No bojo das mudanças, uma provocação: os
senadores passarão a dispor de apenas cinco anos para o exercício de
suas funções. Os deputados garfaram três anos de cada futuro senador.
Não propriamente nivelaram por baixo, mas, sem mais aquela, quebraram
uma prática centenária, em nome da coincidência das eleições.
É
evidente que o Senado vai reagir. Restabelecerá os oito anos
históricos, mas o diabo é que a emenda constitucional precisará retornar
à Câmara, por conta da modificação na outra casa.
A
dúvida é saber como reagirão os deputados. Afinal, são 513, contra a
mais do que provável decisão de 81 senadores. Para evitar o confronto no
Legislativo, imagina-se que a Câmara possa rever a decisão inicial, mas
é impossível prever. Tudo dependerá da inclinação do presidente Eduardo
Cunha. Tendo em vista o seu futuro, ainda desconhecido mas garantido,
pode ser que não pretenda cultivar um choque com o Senado. Saberemos no
segundo semestre.
Singular
nessas alterações institucionais é que nenhum governador, dos 27
existentes, ousou opinar a respeito da redução dos mandatos dos
senadores, apesar deles representarem a Federação, quer dizer, os
estados. Trata-se de mais um vazio que sacrifica a política nacional,
pois os governadores deveriam estar na primeira linha de defesa de seus
representantes.
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