Do Portal UOL
Com ou sem Dilma Rousseff, o PMDB decidiu que vai trabalhar para
manter-se no poder a partir de 2018, mas trocando o Palácio do Jabuti,
sede da Vice-Presidência, pelo do Planalto. A despeito da crise que
engole a atual gestão da presidente e dos rumores de encurtamento do
mandato dela, os líderes peemedebista traçaram um projeto para ter um
candidato forte na disputa pela Presidência daqui a três anos e meio.
Se Dilma permanecer até o fim de seu mandato, o caminho do PMDB rumo
ao Planalto passará pelas gestões de Renan Calheiros (AL) e de Eduardo
Cunha (RJ) nos comandos das duas Casas do Congresso e pela administração
do prefeito Eduardo Paes no Rio de Janeiro, sede dos Jogos Olímpicos de
2016.
Antes de falar em nomes, a cúpula peemedebista acha que precisa
utilizar essas três frentes para imprimir uma imagem de partido
"pragmático", capaz de criar um terceira via entre a polarização
tucano-petista das últimas décadas.
A intensa agenda imposta por Cunha e Renan no Legislativo, aliada ao
sonhado sucesso dos Jogos, daria ao partido a oportunidade de construir
um discurso "realizador" em 2018. Se isso der certo, o mais provável é
que Paes e Cunha disputem a indicação para ser o candidato.
Até lá, Cunha e Renan devem trabalhar para manter Dilma fragilizada,
pois uma presidente fraca significa um Executivo fraco, o que abre
espaço para um Legislativo forte, avaliam. A estratégia dos dois é
desgastar Dilma mediante sucessivas derrotas no Congresso.
A pauta de Cunha e de Renan busca o apelo popular, setorial e
"federativo". Enquanto isso, Cunha cresce e se consolida como o
"anti-PT". Segundo apurou o Estado, ele encomendou uma pesquisa de
intenção de voto para presidente na qual aparece com 5%. Esse porcentual
aumenta quando o nome do PSDB é Geraldo Alckmin (SP), e não Aécio Neves
(MG).
No caso de Cunha, porém, antes de qualquer pretensão eleitoral, ele
tem de ser inocentado na investigação dos desvios e da corrupção na
Petrobrás, em que é acusado de ter recebido dinheiro do esquema. Quanto a
Renan, também implicado nesse caso, o próprio partido avalia que ele
tem uma imagem desgastada.
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