segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Políticos, são os bois de piranha das empreiteiras


Do Jornal do Brasil 
Nos próximos dias serão revelados, em nova fase da Operação Lava Jato, nomes de políticos envolvidos no esquema de desvio de dinheiro na Petrobras. A divulgação é fundamental para esclarecer os detalhes da roubalheira, mas deixa no ar também alguns questionamentos importantes: por que anunciar agora estes nomes, às vésperas do Natal e do recesso parlamentar? Por que não aprofundar neste momento a divulgação de informações sobre os empreiteiros, os corruptores que movem a engrenagem do desvio de dinheiro público e permanecem como eixo central do esquema há décadas e décadas?
A divulgação, neste momento, dos nomes dos políticos joga uma cortina de fumaça nas acusações contra os empreiteiros. Aliás, neste promíscuo esquema envolvendo poder e empreiteiras que se perpetua há décadas no Brasil, os únicos que permanecem os mesmos são os empresários. Os parlamentares mudam de acordo com o momento político. Agora, os empresários sumirão do noticiário como num passe de mágica, dando espaço a parlamentares que permanecerão no olho do furacão até o fim do recesso e, quem sabe, avançarão por muitos meses de 2015. 
Os executivos das empreiteiras acusadas cairão num conveniente esquecimento, e esta manobra não acontece por acaso: uma empresa especializada em marketing, que tem em sua estrutura mais de 50 importantes jornalistas e entre seus clientes as mais importantes empreiteiras, age nesse sentido. Com seu poder de influência em segmentos da mídia, ela seleciona os bandidos da vez (geralmente políticos) para saciar a sede de justiça da opinião pública. Neste momento, um de seus clientes, que se encontra no exterior, está sofrendo investigação sigilosa na Operação Lava Jato. Resta saber qual vai ser a reação da mídia quando seu nome vier à tona.
O enriquecimento ilícito dos corruptores investigados na operação Lava Jato deve atingir a inacreditável soma de 5 a 6 bilhões de dólares. Além de lesarem os pequenos empregadores, causam um prejuízo incalculável ao país, à sua imagem e credibilidade.
A desculpa de que o Brasil 'vai parar' se as empresas envolvidas no escândalo forem atingidas e que haverá desemprego, não cola mais. Isso é apenas chantagem para que os empreiteiros não tenham seus bens sequestrados.

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