Da Folha de Pernambuco
Novas informações sobre o local de hospedagem de um dos maiores
símbolos da repressão no País, na época do regime militar, o então
delegado do Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), Sérgio
Paranhos Fleury, podem movimentar ainda mais as investigações da
Comissão Estadual de Memória e Verdade Dom Hélder Câmara (CEMVDHC) sobre
do Massacre da Granja São Bento. Os crimes aconteceram em 1973,
resultando no assassinato de seis integrantes da Vanguarda Popular
Revolucionária (VPR).
Segundo o secretário de Imprensa do Estado, jornalista Ivan Maurício,
ouvido ontem em sessão pública da CEMVDHC, havia informações de que o
empresário do ramo de transportes Arthur Schwambach hospedava Fleury em
sua casa, durante as visitas do torturador ao Estado. Esses dados eram
informados por um jornalista que prestava serviço à empresa de
Schwambach à época.
“Foram informações que eu tinha colhido nessa época e eu posso até
ser desmentido por essas pessoas, mas elas me disseram. Eu não tenho
fama de mentiroso. Aconteceu esse fato, ele esteve aqui várias vezes no
Recife e foi hospedado”, disse Ivan Maurício, em conversa com a
Imprensa, ao final da sessão.
O secretário ainda falou sobre a existência de um outro profissional
da imprensa que testemunhou a chegada de quatro assassinos do padre
Antônio Henrique à Secretaria de Segurança do Estado, caso já
investigado pela Comissão da Verdade. Um deles estava com manchas de
sangue na roupa e confirmou a execução do padre, logo após o crime.
Todos os relatos de ambos os casos serão apurados pela CEMVDHC e
podem resultar na convocação de novos depoentes citados na sessão desta
última quarta-feira. Até o fechamento da edição, a reportagem tentou
entrar em contato com Arthur Schwambach, mas não obteve resposta.
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