Do Portal UOL
Depois
de mais de 50 anos de ruptura, os Estados Unidos e Cuba iniciam a
retomada de relações diplomáticas, informaram ambos os países nesta
quarta-feira.
'Pretendemos
criar um novo capítulo nas relações entre os países', disse o
presidente norte-americano, Barack Obama, ao abrir o seu discurso. Ele
destacou que a barreira ideológica e econômica entre os dois países não
faz mais sentido, em referência ao regime socialista da ilha, ainda mais
em uma época em que os 'EUA estão preocupados com ameaças reais, como
os grupos extremistas Al Qaeda e Estado Islâmico'.
'Esses
50 anos mostraram que o isolamento não funcionou, é tempo de outra
atitude', frisou Obama. Na conclusão do discurso, Obama usou expressões
em espanhol. 'Todos somos americanos', disse.
Ao
mesmo tempo em que Obama anunciava a retomada de relações com Cuba, o
presidente da ilha, Raul Castro, falava aos cubanos. Em Havana, o líder
destacou que o governo concordou em restabelecer as relações
diplomáticas e que havia proposto aos EUA 'a adoção de medidas neutras
baseadas nas leis cubanas' neste processo.
Obama
e Castro já haviam conversado mais cedo nesta terça-feira por telefone
para discutir os planos da libertação do cidadão norte-americano Alan
Gross, um agente de inteligência e de três cubanos presos nos Estados
Unidos.
A
mudança implicará um relaxamento no fluxo de comércio e transportes dos
Estados Unidos para Cuba. Em 1960, os Estados Unidos impuseram um
embargo comercial contra Cuba – o adversário da Guerra Fria mais próximo
de sua costa. Os dois países não têm relações diplomáticas desde 1961.
Além
da retomada de relações comerciais, os EUA planejam abrir uma embaixada
em Cuba como parte de seus planos para normalizar as relações com o
país de Castro.
Libertação de presos
Cuba
soltou o norte-americano Alan Gross, 65, após cinco anos de prisão.
Após ser preso em 3 de dezembro de 2009, o norte-americano foi condenado
a 15 anos de prisão em 2011 pelo que o governo cubano descreveu como
'ações contra a integridade territorial do Estado'. Ele sofre de
diabetes e teve suas condições de saúde agravadas com a prisão.
Cuba também está libertando um agente de inteligência norte-americano detido por quase 20 anos.
O
governo dos Estados Unidos libertou três agentes de inteligência
cubanos, presos desde 1998: Gerardo Hernandez, 49, Antonio Guerrero, 56,
e Ramon Labañino, 51. Dois outros foram libertados antes de cumprirem a
sentença toda: Rene Gonzalez, 58, e Fernando Gonzalez, 51. No entanto,
segundo o 'New York Times' apurou com fontes diplomáticas americanas,
essa não foi uma 'troca de prisioneiros'.
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