ROGÉRIO GENTILE - FOLHA DE S.PAULO
Os 'black blocs' foram tratados com benevolência, para não dizer
simpatia, desde os protestos de junho. Artistas, políticos,
intelectuais, publicitários e jornalistas foram condescendentes com
depredações de prédios públicos, ataques a bancos, tentativas de
linchamento de policiais etc., sempre partindo da premissa de que os
vândalos estavam 'mudando o país'.
simpatia, desde os protestos de junho. Artistas, políticos,
intelectuais, publicitários e jornalistas foram condescendentes com
depredações de prédios públicos, ataques a bancos, tentativas de
linchamento de policiais etc., sempre partindo da premissa de que os
vândalos estavam 'mudando o país'.
Caetano
Veloso, ao vestir a máscara preta dias depois de manifestantes terem
quebrado cinco agências bancárias, uma concessionária e um ônibus no
Rio, tornou-se um símbolo da causa. Com a habitual profundidade, disse
que, como um 'velho baiano', achava que seria muito 'bonito' se as
pessoas saíssem mascaradas no Sete de Setembro.
Na esteira do
compositor, atores como Wagner Moura, Mariana Ximenes e Camila Pitanga
gravaram vídeo contra o que chamaram de prisões arbitrárias, dias depois
de manifestantes indefesos jogarem coquetéis molotov no consulado
americano e na Câmara do Rio. A glamorização do vandalismo prosseguiu
com uma peça publicitária incentivando a 'estética black bloc'' e com
marchinha de Carnaval composta em homenagem a uma 'menina black bloc''.
Mas não parou por aí.
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