Agência Brasil (São Paulo) – Operação da Polícia Federal prendeu
hoje (6) 11 pessoas de um grupo criminoso especializado em fraudes
contra a Fazenda Nacional. Entre os presos estão três servidores
públicos e quatro funcionários do Serviço Federal de Processamento de
Dados (Serpro), empresa pública vinculada ao Ministério da Fazenda. Mais
três acusados são procurados pela polícia. Foram feitas prisões nos
municípios de São Paulo, Matão, Bauru e Bragança Paulista.
De acordo com a Polícia Federal, o esquema criminoso “vendia”
abatimentos em impostos devidos, e pode ter gerado prejuízo de até R$ 1
bilhão. “Empresários eram abordados pelos membros da organização
criminosa, que ofereciam, por exemplo, que uma dívida de R$ 1 milhão
seria quitada com o pagando de R$ 250 mil a R$ 300 mil. Eles prometiam
que a dívida sumiria do sistema e não seria mais cobrada”, explicou o
superintendente adjunto da Receita Federal de São Paulo, Fábio Ejchel.
Para “abater” a dívida com o fisco, a quadrilha inseria ilegalmente
dados falsos no sistema da Fazenda Nacional para eliminar ou reduzir
dívidas tributárias. Eles usavam senhas de outros funcionários, que nada
tinham a ver com o esquema. Cerca de 300 empresas participaram do
golpe. Com a descoberta da fraude, a Fazenda Nacional recuperou as
informações sobre os impostos não pagos e agora poderá cobrá-los com
juros e multa.
“Quem acaba tendo a grande perda são os empresários que compraram um
tipo de solução milagrosa que não existe, e que agora acabam pagando
duas vezes. Eles pagaram erradamente [para a quadrilha] e agora vão
pagar de novo de forma correta, inclusive com multa e juros”, destacou
Ejchel. Além disso, os empresários poderão responder criminalmente por
corrupção ativa. As multas podem chegar a 150% do valor do tributo
devido.
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