Legalmente, o prazo de 30 dias para conclusão do inquérito encerra-se nesta quinta-feira (14), mas deve ser prorrogado
Edmacy Ubirajara aguarda o fim de prisão temporária
Passado um mês do assassinato do promotor Thiago Faria
Soares, de Itaíba, no Agreste Meridional do Estado, o Ministério Público
de Pernambuco (MPPE) reúne-se para avaliar as investigações. O
procurador-geral do Estado, Aguinaldo Fenelon, conversará com os
integrantes da força-tarefa que contribuíram com a apuração do
inquérito. Enquanto isso, o pacto de silêncio firmado pela Polícia Civil
impede a divulgação de informações sobre o andamento do inquérito.
Ontem, o delegado Rômulo César, que lidera as investigações, passou o
dia em Águas Belas, onde o promotor morava, fazendo diligências sobre o
caso.
Legalmente, o prazo de 30 dias para conclusão do inquérito encerra-se
nesta quinta-feira (14), mas deve ser prorrogado para que as
investigações sejam concluídas. A polícia segue a linha de investigação
de que uma briga por terras compradas pela noiva de Thiago, a advogada
Mysheva Ferrão Martins em um leilão. O antigo proprietário, José Maria
Rosendo Barbosa, é o suspeito de ser o mandante do crime. Ele está
foragido. O Disque-Denúncia oferece uma recompensa de R$ 10 mil a quem
informar seu paradeiro.
Um outro suspeito, o agricultor Edmacy Ubirajara, está detido no
Centro de Triagem de Abreu Lima (Cotel), na Região Metropolitana do
Recife. De acordo com o seu advogado, Anderson Flexa, o prazo da prisão
temporária, de 30 dias, encerrou-se ontem. A família do suspeito passou o
dia de ontem no Recife, aguardando informações. “Não fomos informados
se houve um pedido de prorrogação da prisão. Se não foi feito, nesta
quinta, a prisão de Edmacy já é considerada ilegal”, explicou o
delegado.O grupo alega que ele é inocente e chegou a apresentar vídeos
em que Edmacy aparece dirigindo seu carro em Águas Belas, no sentido
oposto ao caminho feito pelo promotor. A polícia alega que havia tempo
suficiente para ele ir até o local do crime e retornar ao município.
O silêncio da polícia deixa ainda perguntas sem respostas. Algumas
são as mesmas do início da investigação: a noiva do promotor e o tio
dela, que estavam no carro, conseguiram escapar da emboscada na PE-300
ou os assassinos permitiram a fuga? Thiago teria usado sua função de
promotor para agilizar a imissão de posse do terreno? Há possibilidade
de o crime ter ocorrido por outro motivo?(JC )
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