Folha de S.Paulo - Daniel Carvalho
'Foi Deus
quem mandou esse homem. Era uma dificuldade, chegou a fechar o posto por
falta de médico'', diz Isabel Rocha, 80 aposentada.
A médica
cubana Teresa Rosales, 47, se surpreendeu com a recepção dos pacientes
em Brejo da Madre de Deus, no agreste pernambucano.
'Eles [pacientes] ficam de joelhos no chão, agradecendo a Deus', afirma a médica.
SEM O BÁSICO: MÉDICOS
O posto em
que Teresa trabalha fica no distrito de São Domingos, região pobre e
castigada pela seca. Durante os últimos quatro anos, não tinha o básico:
médicos.
A situação se
repetia a algumas ruas de lá, no posto onde o marido de Teresa, Alberto
Vicente, 43, começou a trabalhar em outubro.
Alberto e
Teresa integram um grupo de 400 cubanos que chegaram pelo Mais Médicos
na primeira etapa do programa. Outros 2.000 dos seus conterrâneos
começaram a trabalhar no dia 4 de novembro, 76 deles em São Paulo.
Uma terceira
leva de 3.000 médicos da ilha chegou esta semana a cinco capitais. A
previsão é que eles comecem a trabalhar em dezembro.
AVE RARA
A agricultora Maria Inácia Silva, 69, havia visto um médico pela última vez em 2005.
Ela se disse impressionada pelo cubano Nelson Lopez, 44, novo médico do povoado de Capivara, em Frei Miguelinho (PE). 'Gostamos
de examinar o paciente, considerá-lo gente', disse Lopez. Após a
consulta, Maria Inácia opinou: 'Ele é ótimo médico, apesar de
estrangeiro'.
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