Esse post é para sentarmos à margem do rio Tietê e chorarmos copiosamente.
Só a TV Globo recebeu mais de R$ 6 bilhões de publicidade federal durante a era PT.
Se contássemos as afiliadas da Globo em outros estados, essa conta subiria quase 2 bilhões.
Se acrescentarmos rádios, jornais, portais pertencentes à Globo, mais uns 2 bilhões.
No total, veremos que o governo federal petista deu quase R$ 10 bilhões para a família Marinho.
Depois o PT quer fazer "pesquisa" para entender porque é tão odiado.
Depois os petistas querem entender porque o fascismo se expande na sociedade, e ministros petistas são xingados em restaurantes.
São xingados, com todo o respeito, porque o PT é burro.
Burro e masoquista.
Os tucanos quebraram, de verdade, o país; aprovaram a emenda mais "chavista" de toda a América Latina: reeleição para si mesmo, sem direito a opinião do povo sobre isso; multiplicaram a nossa dívida pública; acorrentaram-nos aos pés do FMI...
E seus economistas são aplaudidos em restaurantes.
Enquanto isso, Mantega, que salvou a economia brasileira durante uma das piores crises da história recente do capitalismo, é xingado por retardados em São Paulo, que lhe acusam de "destruir tudo".
O PT alimentou o próprio inimigo com dinheiro público.
Quer dizer, não apenas o próprio inimigo. O inimigo da classe trabalhadora em geral.
Pior: nos últimos dois anos, em 2013 e 2014, a publicidade federal para os órgãos do golpe aumentou fortemente.
Há uma equação certeira: quanto mais a publicidade federal se concentra nas mesmas famílias de barões midiáticos, mais despenca a aprovação do governo.
Enquanto isso, revistas progressistas, rádios comunitárias, iniciativas populares de comunicação, tudo ficou à míngua, abandonado.
A TV Brasil foi sucateada, abandonada politicamente, depois de todo o esforço feito para criá-la e subsidiá-la. Não tem audiência e ninguém parece se preocupar com isso.
Dessa vez, Fernando Rodrigues ficou até com pena da blogosfera. Em outras ocasiões, dava destaque aos caraminguás miseráveis que meia dúzia de sites ou blogs ganhavam de publicidade federal. Juntava o que, por exemplo, o blog Nassif ganhou durante uns dez anos e tascava um número sensacionalista:
"Nassif ganhou 1 milhão do governo federal". Aí quando você dividia aquilo por dez ou doze anos, não dava nada.
Ao constatar o desprezo oficial do governo para com iniciativas de fomento à pluralidade política, Fernando Rodrigues nem tocou no assunto.
O que me lembra a canção de Bezerra da Silva, sobre o ladrão que invade a casa do pobre e quase morre do coração, "ao ver tanta miséria em cima de um cristão".
A grande mídia, esta sim, continuou ganhando na era Lula/Dilma o que sempre ganhou anteriormente. Em alguns casos, até mais.
Além de não fazer nada de concreto em prol da democratização da mídia, o governo petista ajudou a piorar o quadro de oligopólio dos meios de comunicação, através da concentração de verba publicitária federal em mãos de poucos.
E pelo mutismo covarde atual, não há nenhuma mudança substancial à vista.
O governo precisa entender que, em matéria de comunicação, não adianta agir em silêncio, discretamente. Isso é contraproducente. O ministro Edinho Silva, da Secom, tem de vir a público e falar abertamente à imprensa: "vamos democratizar profundamente as verbas públicas federais, porque é um imperativo da nossa Constituição, estimular o pluralismo político".
E se preparar para a briga!
É tão difícil assim?
O PT quer continuar sendo linchado em restaurantes, aeroportos, etc?
O PT vai morrer beijando os pés de seus verdugos?
Quem se ferra, ao cabo, não é só o PT.
Todos os movimentos sociais, toda uma corrente de ideias, todo um sistema ideológico que dá sustentação às leis trabalhistas, ao monopólio da Petrobrás, tudo isso será tragado e destruído se o PT prosseguir financiando uma imprensa ultraconservadora, mentirosa e golpista.
Olha que nem falei do mais importante: as conspirações judiciais, quase todas alimentadas, desde seu início, pela mídia.
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