247 - Para o jurista Bandeira de Mello, crítico da
operação Lava jato, a imprensa "monta palco" para o juiz Sergio Moro,
que usa delação de forma equívoca: “É evidente que há abuso e excesso. A
delação premiada não é um instituto que existe para coagir. Você prende
uma pessoa e a mantém presa até que faça uma delação? Isso é coação.
Delação deveria ser espontânea”, diz.
“Com o apoio da imprensa, o país está caminhando, a passos largos,
para o fascismo. Se a imprensa não montasse um palco para esse juiz,
isso não aconteceria. Tanto é assim que na hora que aparecer algum
assunto novo, como a Olimpíada, esse assunto todo vai morrer”.
Neste domingo, o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltou a ser
vítima de uma agressão fascista, num restaurante de alto padrão, em São
Paulo.
Em entrevista à ‘Folha de S. Paulo’, ele também contesta os
argumentos do juiz para justificar mandatos: “Com argumentos desse tipo
[como pedir prisões para impedir destruição de provas], você pode
torturar e matar. Se esse argumento do interesse maior da sociedade
prevalecer, pode torturar e matar”.
Bandeira de Mello ressalta que a corrupção sempre existiu, mas a
novidade é a imprensa tratar disso como um verdadeiro escândalo (leia mais).
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