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Aécio Neves
(PSDB-MG), cuja campanha presidencial recebeu mais recursos da
UTC/Constran, do empresário Ricardo Pessoa, do que a da presidente Dilma
Rousseff, minimizou o fato.
"Nada tínhamos a oferecer a essas
empresas achacadas a não ser a alforria desse grupo político, que
vinculou as obras da Petrobras com o financiamento ao partido e aos seus
dirigentes", disse ele.
Aécio deu a declaração ao embarcar
de volta de Parintins, no Amazonas, onde foi curtir a festa do boi.
Segundo ele, as doações de R$ 7,5 milhões da UTC à presidente Dilma são
fruto de "assalto" à Petrobras, enquanto as suas, de R$ 8,7 milhões, são
legítimas.
O senador tucano voltou, também, a
atacar o PT. "Repito aqui hoje: eu não perdi a eleição para a presidente
Dilma ou um partido político. Perdi a eleição para uma organização
criminosa", afirmou.
Ele afirmou ainda que, na segunda, as oposições se reunirão para avaliar que providências tomar.
Merval sobre o fato de a UTC ter doado R$ 8,7 milhões, ou seja, R$ 1,2 milhão a mais para Aécio:
"Não tem a menor importância que a
UTC tenha doado milhões de reais para a campanha de Aécio Neves a
presidente. É claro que o interesse nesse caso era o de garantir
simpatia, caso a oposição vencesse as eleições."
Sobre a descoberta de que o Tribunal
de Contas da União, que tenta constranger Dilma no caso das
'pedaladas', vende seus pareceres, Merval também foi generoso:
"Ora, mesmo que se prove verdadeira a
acusação, ela não invalida o trabalho dos técnicos do TCU sobre as
contas do governo Dilma, nem tem o condão de desfazer as 'pedaladas'
fiscais e os crimes contra o Orçamento realmente praticados".
Merval também passa a mão na cabeça
do senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), acusado de receber R$ 200 mil em
dinheiro, no caixa dois, e outros R$ 300 mil declarados:
"Como Aloysio, na ocasião das
doações, tinha nas pesquisas 2% das intenções de votos e estava em
sétimo lugar nas pesquisas para senador em São Paulo, candidato por um
partido de oposição, as doações certamente só poderiam ser feitas por
amizade".
Merval faz questão de não se lembrar
que, em 2010, Aloysio era um dos mais fiéis aliados de José Serra, que
concorreu à presidência da República, e também tinha forte influência
sobre a prefeitura de São Paulo, na gestão de Gilberto Kassab. Mas,
claro, a UTC só doou R$ 500 mil a ele – R$ 300 mil por dentro e R$ 200
mil por fora – por "amizade".
Por último, Merval limpa a barra até
do deputado Júlio Delgado (PSB-MG), acusado de receber R$ 150 mil para
ajudar a encerrar uma CPI da Petrobras. Caso isso tenha ocorrido, diz
Merval, ele terá sido um "otário", uma vez que o ex-presidente do PSDB,
Sergio Guerra, cobrou R$ 10 milhões para o mesmo fim.
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