Texto escrito por Paulo Henrique Amorim, sobre a inauguração feita hoje pela presidenta Dilma, de dois navios construídos pelo Estaleiro EAS em Pernambuco
A cerimônia se realizou num momento
político nublado, num tom cinza de Golpe.
O Golpe se reveste das seguintes
características:
- transformar a Operação Lava Jato na
gazua que destruiria a Petrobras, a Transpetro e as indústrias naval e de
engenharia pesada do Brasil, para entregar ao capital estrangeiro, sob a
liderança de Fernando Henrique Cardoso, que voa no jatinho de produtor de vácuo;
- usar o Juiz Moro de Guantánamo, o homem da Justiça com o próprio mouse,
para quebrar a cadeia produtiva que fornece à Petrobras, como, por exemplo, a Camargo
Correa, uma das sócias do Estaleiro Atlântico Sul;
- esse trabalho sórdido, que a
política de comunicação do Governo – se é que existe – não consegue enfrentar,
se cristaliza numa campanha incansável, 24 horas por dia, 30 dias no mês, 365
dias por ano pela Rede Globo de Televisão, uma concessão pública, como se sabe;
- sub-produtos do Golpe morinho,
seriam rasgar a política de conteúdo local e o regime de partilha;
Dentro do próprio Governo, o Ministro
(?) das Minas, Eduardo Braga, foi capaz de ir a Houston, capital do petróleo
americano, para entregar a rapadura
- Dilma soube ressaltar o papel do
militante, do lutador, do visionário André Rebouças.
E do herói Marcílio Dias, o bravo da
Batalha de Riachuelo.
E, na superior companhia desses dois
grandes brasileiros, deu uma sonora bofetada no Moro e nos que se beneficiariam
de seu frustrado Golpe.
Dilma não podia ser mais clara:
- “No meu Governo as política de
conteúdo local e o regime de partilha serão mantidos!”
- “Porque a parte do leão do pré-sal é
do povo brasileiro!”
Ouviu, Braga?
Ouviu, Urubóloga?
Ouviu, Moro?
Ouviu, FHC?
Não adianta falar em inglês para a
plateia de brasileiros no Waldorf!
Ouviu Padim Pade Cerra, que saiu na frente para entregar o pré-sal
à Chevron, e ao voltar ao Senado, foi a primeira coisa que tentou fazer!
Tem que derrubar a Dilma, Cerra!
- A Dilma contou que recebeu do
presidente Lula a tarefa de remontar a indústria naval brasileira, que o
Fernando Henrique tinha “sucateado”, disse ela.
FHC tinha “desmantelado” a indústria
que chegou a ser a segundo do mundo!
Ela contou que viu como o FHC tinha
deixado os estaleiros – com grama no chão, porque ninguém pisava ali!
(Em tempo: em nenhum momento, ela
citou o Man of the Year pelo nome. Deu a entender…)
- “Produzir no Brasil o que pode ser
produzido no Brasil”, contou ela, foi o lema da reconstrução!
- “E pouca gente que se acha muita
gente dizia que o Brasil não tinha competência para fazer casco de navio!”
Lula e ela tomaram a decisão
estratégica de levar a indústria da construção naval para o Brasil afora – não
deixar só no Sudeste, onde sempre esteve (até que o FHC tentasse destruí-la).
Por isso, hoje há estaleiros em
Pernambuco, Rio Grande do Sul, na Bahia, no Espírito Santo!
E, como os petroleiros brasileiros já
carregam, como o André Rebouças a partir de hoje, uma parte significativa da
produção do pré-sal, que, na semana passada, atingiu o volume espantoso de 800
mil barris/dia, a indústria naval tem uma importância estratégica: garantir o
fornecimento de petróleo aos brasileiros, em caso de guerra.
Esse discurso de Ipojuca há de ter
sido um dos mais inspirados de Dilma Rousseff como Presidenta.
A naturalidade, a clareza e a
necessária intensidade devem refletir a confiança de quem dobrou o Cabo das
Tormentas.
Ela começa a ver a luz depois do
ajuste.
A Dilma gerente, chefe de obras, a mãe
do PAC, o JK de Saias.
Semana que vem tem o novo plano de
obras de infra-estrutura e a chegada da grana dos chineses.
A cada momento, os moros da vida
readquirem o tamanho natural.
Peças subalternas do enredo Golpista.
Vão ficar quatro anos batendo panela, a mostrar o bum-bum e a Dilma a
inaugurar obras!
Paulo Henrique Amorim no blog Conversa
Afiada
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