Do Valor, há três dias, reverberando as expectativas da urubologia de mercado sobre a Petrobras:
“A Petrobras deve fechar o
primeiro trimestre deste ano com um lucro líquido de R$ 2,72 bilhões,
resultado 49,5% menor frente aos três primeiros meses do ano passado. A
previsão toma como base a média das projeções de cinco bancos de
investimento consultados pelo Valor, que indicam, ainda, para uma
redução média de 4,7% no faturamento, para R$ 77,73 bilhões, e um
crescimento de 23% no Ebitda, para R$ 17,64 bilhões, na mesma base de
comparação.”
As previsões eram da Goldman Sachs, do Bradesco, Deutsche Bank e de outras instituições.
Do Valor, agora há pouco:
“A Petrobras encerrou o primeiro trimestre desse ano com lucro de R$ 5,33 bilhões, queda de 1% na comparação com o lucro líquido de R$ 5,393 bilhões apurado no mesmo intervalo do ano anterior.”
Uai, não eram 49,5% de queda?
E a relação entre o resultado antes
de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) e dívida, que
prenunciavam ia explodir, baixou de 4,77 vezes para 3,86, mesmo com a
forte desvalorização cambial. Embora o valor nominal tenha crescido (de
282 para 332 bilhões de reais) o aumento, de 18%, foi inferior à
depreciação do real (20,8%) e uma enorme parte destas dívidas é, como é
natural em grandes empresas e especialmente no setor petroleiro, em
dólar.
O fato é que em Nova York, onde não
lêem os jornais brasileiros, no “after-hours” da bolsa local,o ADR
(correspondente a ações) da Petrobras sobe 4.05% no momento em que
escrevo, depois de já ter subido 2% no pregão normal.
Sem contar essa subida noturna, do
início do ano para cá, a Petrobras lidera com folga a valorização entre
as petroleiras – claro que em boa parte por ter sido atirada,
artificialmente, lá em baixo. Subiu 38,4%, contra 12,3% da Shell,
enquanto quase todas as outras amargam índices negativos.
Medida por um ano, mais ou menos o
tempo em que a lava-Jato começou a repercutir fortemente, a perda é de
32%, menos da metade dos 67% que chegou a cair no pior momento em 12
meses.
Mas nisso entra, com muita força, a
desvalorização do petróleo: no mesmo período, a Shell caiu 20,6%: a
Total, 25,2%, a italiana Eni, 27,5%, a Exxon e a Chevron, as que menos
perderam, tiveram queda em torno de 15%.
Como escrevi ontem aqui, os ratos e urubus não tiveram força para, mesmo tendo causado muito estrago, derrotar a Petrobras.
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