“Deixa esses caras [do PT] fazerem o que eles quiserem. As rodadas de
licitações não vão acontecer, e aí nós vamos mostrar a todos que o
modelo antigo funcionava… E nós mudaremos de volta”, disse (José) Serra a
Patricia Pradal, diretora de Desenvolvimento de Negócios e Relações com
o Governo da petroleira norte-americana Chevron, segundo relato do
telegrama (da embaixada americana no Brasil, vazado no escãndalo do
Wikileaks).
Pois, avisado pelo Brasil 247, de que o senhor José Serra queria
“encolher” a Petrobras, com aquela lenga-lenga de “fios têxteis” fui
conferir lá no Senado e está, fresquinho, o Projeto de Lei n° 131,
apresentado ontem pelo de novo Senador, que não tem nada de “fios
têxteis” ou fertilizantes, como ele alegou ser necessário tirar da
Petrobras.
O projeto trata só, “somente só” de entregar o pré-sal, abolindo não
apenas a condição de operadora exclusiva de poços no pré-sal pela
Petrobras como, até mesmo, a sua participação mínima de 30% em
consórcios de exploração ali localizados.
Não é preciso mais que um parágrafo da justificativa apresentada por Serra para que se veja o que ele quer:
“Torna-se imprescindível (…) a revogação da participação obrigatória
da estatal no modelo de exploração de partilha de produção, bem como da
condicionante de participação mínima da estatal de, ao menos, 30% da
exploração e produção de petróleo do pré-sal em cada licitação,
disposições constantes da Lei n° 12.351, de 22 de dezembro de 2010. Tal
revogação atende aos interesses nacionais e, portanto, deve ser adotada
pelo governo. “
Atende aos interesses nacionais de quem, José Serra?
Dos norte-americanos?
A conversinha sórdida de que “a Petrobras está sobrecarregada é sua
maneira finória de, em um mês e meio de mandato, cumprir as suas juras
de fidelidade aos interesses das petroleiras estrangeiras, que não
querem a Petrobras – e o Brasil – com o controle nem econômico nem
operacional dos poços gigantes do pré-sal.
Nem os sheikes da Arábia Saudita entregam diretamente suas reservas de petróleo aos americanos, Senador.
O roubo que isso fará ao Brasil é, num dia, tudo o que um Barusco
roubou, nos anos e anos em que, desde FHC, se corrompeu na Petrobras.
Em uma semana, mesmo com o petróleo baratinho como está, deixa no
chinelo toda a caterva dele, Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef à
frente.
Reconheço-lhe a coerência e a honestidade: cumpriu o que prometeu.
Apresentou-se como Judas ao Império.
Haverá o dia em que, nos bonecos que se malham aos Sábados de Aleluia, será aposto um cartaz com o seu nome.
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