247 – De quase heroína, ao delatar irregularidades
na Petrobras em rede nacional, a ex-gerente da Petrobras Venina Velosa
da Fonseca passou a ajuda dispensada pelo Ministério Público Federal na
investigação Lava Jato. Após seu primeiro depoimento, nesta terça-feira
3, o órgão avaliou que ela não possui informações relevantes para o caso
e pouco esclareceu sobre os fatos apurados.
Suas declarações à Justiça Federal do Paraná foram consideradas
técnicas e burocráticas e ainda bastante genéricas quando relativas às
decisões dentro da empresa. "VENINA foi ouvida no MPF no dia 17 de
dezembro de 2014 e ouvida em juízo nesta data de 3/02/2015 (...) pouco
esclarecendo sobre os fatos apurados. Assim, o MPF entende conveniente
desistir da oitiva de VENINA", afirmam os procuradores do caso no
informe à Justiça Federal.
No final do ano passado, Venina concedeu entrevistas à imprensa
revelando emails que teriam sido encaminhados a Graça Foster sobre
irregularidades na empresa. Ela também ressaltou ter feito as delações
pessoalmente. Graça negou os fatos, respondendo que nunca tinha sido
avisada sobre ações como cartel ou superfaturamento de contratos na
companhia.
Em uma entrevista ao Fantástico,
da TV Globo, no dia 21 de dezembro, a ex-gerente chorou ao contar ter
sido perseguida após as revelações e incentivou outros empregados da
empresa a fazerem o mesmo que ela. A ex-funcionária foi chamada de
"heroína" ou "uma brasileira digna de respeito", como nas palavras da
jornalista Leilane Neubarth, da Globonews.
À época das acusações de Venina, no entanto, também vieram à tona
denúncias de que ela teria beneficiado a empresa do ex-marido em um
contrato na Petrobras, quando ocupava o cargo de gerente (leia aqui),
e ainda sobre a participação em aditivos que resultaram em um aumento
de custo milionário na construção da Refinaria Abreu e Lima, em
Pernambuco (leia aqui).
Como previu o 247 anteriormente, Venina Velosa, de ex-quase-heroína, pode se tornar vilã.
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