Agência Brasil (Brasília) – A eleição da Mesa Diretora do Senado
foi adiada mais uma vez. Ela deveria ter acontecido às 10h desta
terça-feira (3), foi adiada para as 16h, e agora novamente adiada para
as 16h da quarta (4). Os líderes partidários não conseguem chegar a um
consenso sobre as indicações para cada cargo, e algumas legendas querem
lançar candidaturas avulsas para a disputa.
Historicamente, a escolha dos membros da Mesa sempre seguiu a regra
da proporcionalidade. Ou seja: os partidos escolhem os cargos que querem
ocupar pela ordem de tamanho das bancadas. Desta vez, no entanto,
algumas legendas não aceitam seguir a regra porque, pela norma vigente,
partidos como PMDB e PT, que têm as duas maiores bancadas, têm direito a
dois cargos na Mesa, enquanto outros, de bancada reduzida, ficam de
fora.
“O PT e o PMDB deveriam abrir mão de uma vaga para termos os 12
partidos com representação na Mesa, e eles não querem fazer isso”,
justificou o senador Blairo Maggi (PR-MT).
Para o presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB-AL), o
impasse se criou depois que a regra da proporcionalidade foi quebrada
pela candidatura avulsa do senador Luiz Henrique (PMDB-SC) para a
presidência da Casa, mesmo sem o aval do PMDB, que apoiou a reeleição de
Renan. Luiz Henrique foi apoiado por partidos de oposição e alguns
colegas pemedebistas. “Houve uma pulverização de candidaturas para todos
os cargos, estimulada pela quebra da proporcionalidade”, declarou o
presidente.
No entanto, o novo líder do Democratas, senador Ronaldo Caiado (GO),
acusa o próprio Renan Calheiros de estimular a quebra de acordo depois
de ter enfrentado a candidatura oposicionista de Luiz Henrique.
“Infelizmente, o próprio presidente está fomentando um quadro de
candidaturas avulsas de outros partidos naqueles cargos que já estão
definidos pela proporcionalidade, o que cria um clima conflituoso”,
disse.
As indicações oficiais, seguindo a regra da proporcionalidade,
determinam que Jorge Viana (PT-AC) ocupe a primeira vice-presidência,
Romero Jucá (PMDB-RR) ocupe a segunda vice-presidência, Paulo Bauer
(PSDB-SC) fique com a primeira secretaria, Ângela Portela (PT-RR) ocupe a
segunda vice-presidência, Zezé Perrela (PDT-MG) tenha a terceira
secretaria e Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) a quarta secretaria
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