Jânio de Freitas - Folha de S.Paulo
O
deputado que está nos jornais por insultar a deputada Maria do Rosário
chegou a isso por um percurso sem curvas nem desvios. Sua entrada na
vida pública deu-se quando fez um plano para explodir a adutora de água
do Rio, além de outros crimes, caso não fossem aumentados os soldos dos
tenentes, seu posto no Exército. Deu o plano a "Veja", para chantagear o
governo, e atribuiu a divulgação à mulher. Mas a autoria não era dela
e, assim como a chantagem, era passível de processo criminal.
A proteção de
casta assegurou a impunidade do tenente terrorista. Como capitão, deixou
a ativa para eleger-se deputado, com os votos dos militares e suas
famílias no Rio, aos quais tem representado com a precisão atestada por
suas sucessivas reeleições. Sempre obrando uma imbecilidade agressiva em
seguida a uma cretinice violenta, e vice-versa. Sempre sujeito a um
artigo do Código Penal e do Regimento da Câmara. E sempre impunemente.
O ataque à
deputada Maria do Rosário, e às mulheres em geral, começou na impunidade
ao plano terrorista. Sua defesa a pretexto da liberdade de expressão
não tem cabimento: a liberdade de expressão não inclui o direito de
agredir verbalmente. Ou, do contrário, não existiriam as tão conhecidas
ações penais por calúnia, difamação e injúria, entre outras.
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