terça-feira, 23 de dezembro de 2014

O protegido



Jânio de Freitas - Folha de S.Paulo
 O deputado que está nos jornais por insultar a deputada Maria do Rosário chegou a isso por um percurso sem curvas nem desvios. Sua entrada na vida pública deu-se quando fez um plano para explodir a adutora de água do Rio, além de outros crimes, caso não fossem aumentados os soldos dos tenentes, seu posto no Exército. Deu o plano a "Veja", para chantagear o governo, e atribuiu a divulgação à mulher. Mas a autoria não era dela e, assim como a chantagem, era passível de processo criminal.
A proteção de casta assegurou a impunidade do tenente terrorista. Como capitão, deixou a ativa para eleger-se deputado, com os votos dos militares e suas famílias no Rio, aos quais tem representado com a precisão atestada por suas sucessivas reeleições. Sempre obrando uma imbecilidade agressiva em seguida a uma cretinice violenta, e vice-versa. Sempre sujeito a um artigo do Código Penal e do Regimento da Câmara. E sempre impunemente.
O ataque à deputada Maria do Rosário, e às mulheres em geral, começou na impunidade ao plano terrorista. Sua defesa a pretexto da liberdade de expressão não tem cabimento: a liberdade de expressão não inclui o direito de agredir verbalmente. Ou, do contrário, não existiriam as tão conhecidas ações penais por calúnia, difamação e injúria, entre outras.

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