247 - Passada quase uma década, petistas já
finalizando o cumprimento de suas penas por conta de acusações
semelhantes, e os denunciados pelo chamado mensalão tucano de Minas
Gerais sequer foram julgados. O escândalo de compra de apoios à
reeleição do então governador Eduardo Azeredo (PSDB) aconteceu em 1998,
mas foi descoberto apenas em julho de 2005. De acordo com denúncia do
Ministério Público Federal, o mensalão tucano envolveu desvios de R$ 3,5
milhões de empresas públicas de Minas, usados na campanha eleitoral.
Enquanto isso, a Ação Penal 470, o mensalão do PT, foi julgado com
rigor extremo pelo Supremo Tribunal Federal (STF), comandado
implacavelmente pelo então ministro Joaquim Barbosa e num ambiente de
espetacularização da mídia familiar.
Praticamente todos os acusados receberam penas duríssimas, sumárias e
inéditas na história da Corte Suprema. Figuras importante do petismo e
da República, a exemplo do ex-tesoureiro Delúbio Soares, o ex-presidente
da sigla José Genoíno e do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu
cumprem suas estão em pleno cumprimento de suas condenações já no regime
semi aberto.
Em relação ao escândalo envolvendo o tucanato, o STF não teve o mesmo
rigor. A corte que não admitiu o desmembramento do processo para envio
às instâncias inferiores, teve entendimento diferente nos caso de
Azeredo. O processo do então governador mineiro, que desde março de 2014
está pronto para ir a julgamento, deverá ser analisado pela primeira
instância da Justiça mineira. A data sequer foi marcada ainda.
Azeredo, numa clara manobra, renunciou ao mandato de deputado federal
e perdeu o foro privilegiado. Apesar de a renúncia ter ocorrido em
março, somente no dia 4 de dezembro a ação penal chegou à 9ª Vara
Criminal, em BH, onde já tramita outro processo, esse com oito réus.
Essa outra ação tinha dez réus, mas a morosidade da Justiça permitiu
que o crime prescrevesse para dois deles, que completaram 70 anos. Os
favorecidos foram o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia e o tesoureiro
da campanha de Azeredo, Cláudio Mourão.
Esse processo ainda se arrasta, e nenhum réu foi nem sequer ouvido. A
última audiência do ano não aconteceu porque os advogados dos réus não
foram notificados do depoimento com a última testemunha de defesa,
justamente do réu José Afonso Bicalho. A audiência foi remarcada para 21
de janeiro.
Há ainda um terceiro processo, que envolve o ex-senador Clésio
Andrade (PMDB). Ele também renunciou ao mandato, o que levou o processo
para a primeira instância
Nenhum comentário:
Postar um comentário