247 – Menos de 24 horas depois de apresentada ao
Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a tentativa do PSDB de ganhar as
eleições no tapetão foi contestada pela Justiça Eleitoral. Pedido feito
ontem pelo coordenador jurídico do partido, deputado Carlos Sampaio
(PSDB-SP), para que houvesse uma auditoria especial no sistema eleitoral
foi descrito como "incabível" nesta sexta-feira 31 pelo ministro João
Otávio de Noronha, corregedor-geral da Justiça Eleitoral.
Sampaio argumenta, em texto divulgado
ontem, que fez "um pedido de auditoria no sistema, com o acompanhamento
do TSE e de técnicos indicados pelos partidos, para evitar que esse
sentimento de que houve fraude continue a ser alimentado nas redes
sociais", depois de anunciado o resultado das urnas no último domingo
26, dando vitória à presidente Dilma Rousseff no segundo turno da
disputa.
"O que ele [Sampaio] não apresenta são fatos que possam colocar em
xeque o processo eleitoral. Está colocando ampassã. Isso não é sério,
então, não me parece razoável", comentou o ministro. "O problema é que
não estão colocando em xeque uma ou duas urnas, mas o processo
eleitoral. É incabível. Se você colocar em xeque o sistema eleitoral,
aponte o fato concreto que vamos apurar", completou.
Em entrevista concedida à Rádio Jovem Pan nesta sexta, Carlos Sampaio
voltou a dizer que o pedido do PSDB "nada tem a ver com pedido de
recontagem [de votos] ou com questionamento do resultado". "Não estamos
apontando fraudes ou erros", disse. Segundo ele, a ação envolve o pedido
de indicação de técnicos do TSE para que, juntamente com técnicos dos
partidos, possam "fazer uma auditoria no sistema, de modo a evitar que o
sentimento de que houve fraude continue a ser alimentado nas redes
sociais".
Sampaio disse ainda que a representação trata de uma tentativa de
defesa do próprio TSE, pois "milhares de eleitores" estariam
questionando a postura do tribunal. "O que eu pretendi unica e
exclusivamente foi evitar que milhares de eleitores continuassem a
colocar em xeque a postura do TSE", afirmou. Esse sentimento de
desconfiança "não é saudável para a democracia", disse ele.
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