247-O ex-presidente Lula
rejeitou as lágrimas que a candidata Marina Silva, do PSB, verteu ao
falar dele, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo. 'Se ela quer
chorar, que chore por outras coisas, não por mim', reagiu Lula, ao ser
abordado sobre a atitude da ex-ministra. Ela disse ter aprendido com o
ex-presidente que 'a esperança vence o medo', mas que não pode
'controlar o que Lula pode fazer contra mim'. Neste momento, lacrimejou.
Lula, ao que se viu, não se sensibilizou nem um pouco.
Ao contrário. Ao fazer
campanha no bairro do Sapopemba, em São Paulo, Lula desatou uma espécie
de lição de moral sobre a adversária, do alto do palanque montado para a
campanha do candidato a governador Alexandre Padilha:
- Não gosto de usar nomes
de adversários em palanque. Mas hoje, supreendentemente, vi numa
manchete que Marina chorou ao falar do Lula. A dona Marina não precisa
falar inverdades para chorar por mim. Se ela quiser chorar, que chore
por outras coisas., iniciou Lula ao público:
- Nunca deixei de ter
relações de amizade por causa de política. Nunca falei mal da dona
Marina e vou morrer sem falar mal dela. Ela é quem tem que se explicar,
porque ganhou todos os cargos do PT e agora está falando mal do PT. Um
verdadeiro líder não muda de partido a toda hora, não muda de opinião.
Ele evolui, assim como Dilma evoluiu - discursou Lula. O evento teve a
presença de Padilha, do candidato a senador Eduardo Suplicy e do
prefeito de São Paulo, Fernando Haddad.
Lula deixou no ar a
suspeita de que, para ele, as lágrimas de Marina tiveram origem no fato
de ela não ter sido escolhida como sua sucessora política:
- Na hora que eu tinha de
escolher para quem ia entregar o direito de dirigir o País, tinha de
entregar para a pessoa que achava mais preparada', disse Lula,
referindo-se à presidente Dilma Rousseff.
'ELA É QUE NOS ACUSOU DE TER COLOCADO LADRÃO NA PETROBRAS' -
O ex-presidente se mostrou diretamente incomodado pelos ataques
desferidos por Marina contra a gestão da Petrobras. Ela aproveitou a
repercussão da delação premiada do ex-diretor Paulo Roberto Costa para
acusar o PT de nomear diretores corruptos para a estatal.
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