RIO DE JANEIRO (Reuters) - O candidato à Presidência
da República Aécio Neves (PSDB), estável há três semanas em terceiro
lugar nas pesquisas de intenção de voto, disse neste domingo confiar em
uma “onda da razão” para recuperar terreno e fez críticas diretas à
candidata Marina Silva (PSB) por mudar o que pensa “ao sabor dos
ventos”.
“Eu não vendo ilusões, eu tenho um projeto para o Brasil amplamente
discutido e coerente com o meu passado. Eu não mudo de posição ao sabor
dos ventos”, disse Aécio a jornalistas ao lado do jogador de futebol
Ronaldo, que o acompanhou em um evento na Central Única de Favelas
(Cufa), no Rio de Janeiro.
Como exemplo de posturas contraditórias, o tucano fez referência às
correções feitas por Marina em seu programa de governo na parte dedicada
aos direitos LGBT, supostamente após receber críticas no Twitter, e
citou a mudança de posição da ex-ministra do Meio Ambiente em relação ao
agronegócio e ao transgênicos, cujo uso foi defendido pelo tucano.
"O errado seria eu mudar de ideia porque alguém tuitou algo contra
uma proposta minha, seria eu mudar de ideia porque agora preciso agradar
a um setor da economia, porque eles têm voto, mesmo que lá atrás, no
caso do agronegócio e da Marina, ela tenha sido frontalmente contrária
ao avanço dos transgênicos no país”, disse ele.
Com pouco mais de 20 dias restantes até a eleição em 5 de outubro,
Aécio insistiu na estratégia de se colocar como uma opção segura de
mudança e afirmou apostar numa guinada repentina a favor da candidatura
tucana por meio de uma “onda da razão.”
“A minha expectativa é que depois de várias ondas nessa eleição, está
chegando a onda da razão, e na onda da razão somos nós que vamos ganhar
essas eleições”, disse ele.
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