Depois de colher os melhores resultados
eleitorais de sua história em 2010 e 2012, o PSB chega às vésperas da
eleição deste ano sob risco de colapso, potencializado pela morte de
Eduardo Campos. Pesquisas mostram que há tendência de derrota em todos
os seis Estados onde o partido elegeu governadores há quatro anos, e o
cenário para crescimento da bancada de deputados fica mais incerto.
O projeto de poder do PSB se sustentava
em torno do candidato ao Planalto e presidente nacional do partido. A
única alternativa dos dirigentes é apostar em Marina Silva como cabeça
da chapa nacional – apesar de ela só estar no PSB de passagem, após ter
negado o registro da Rede Sustentabilidade como partido. O agravante é
que Marina tende a ser mais personalista como candidata do que seria
Campos, desde 2005 no comando do PSB. Em 2010, a ex-ministra do Meio
Ambiente chegou aos 19 milhões de votos no primeiro turno, mas o PV,
partido pelo qual entrou na disputa, não viu crescer sua bancada na
Câmara.
Nas disputas estaduais, os sinais já
vinham sendo desanimadores. Em Pernambuco, principal reduto de Campos, o
candidato do PSB, Paulo Câmara, aparecia com mais de 30 pontos
porcentuais de desvantagem em relação a Armando Monteiro (PTB). Em 2010,
quando Campos se candidatou à reeleição como governador, a vitória foi
consagradora: 82% dos votos válidos.
O Ceará foi o segundo Estado mais
importante no qual o PSB venceu há quatro anos. Cid Gomes foi reeleito
com 61% dos votos – mas deixou o partido com o irmão, Ciro, após se
desentender com Campos. Eliane Novais é a representante do PSB na atual
disputa pelo governo cearense – ela tem 7% das intenções de voto em
pesquisa Datafolha divulgada ontem (registro BR-00356/2014).
REELEIÇÃO AMEAÇADA –
Também estão sob risco três governadores do PSB que se elegeram para o
primeiro mandato há quatro anos: Renato Casagrande (ES), Camilo
Capiberibe (AP) e Ricardo Coutinho (PB). Os dois primeiros se
manifestaram contra a candidatura presidencial de Campos em 2013, por
temer o esvaziamento de seus palanques estaduais.
No Espírito Santo, pesquisa do instituto
Futura (13 de julho, registro ES-00011/2014) indica favoritismo de
Paulo Hartung (PMDB), que governou o Estado por dois mandatos.
No Amapá, Capiberibe tem chances mínimas
de vencer: ele tem 12% das intenções de voto, e sua gestão é
considerada ruim ou péssima por 65% dos eleitores, segundo o Ibope (10
de agosto, registro BR-00348/2014).
Na Paraíba, Ricardo Coutinho tem 29%,
contra 46% de Cassio Cunha Lima (PSDB), segundo o instituto Souza Lopes
(22 de julho, registro PB-00013/2014). No Piauí, sexto Estado onde o PSB
venceu em 2010, o partido preferiu apoiar o peemedebista Zé Filho. O
favorito para vencer no primeiro turno é o ex-governador Wellington Dias
(PT), segundo o instituto Vox Populi (3 de agosto, registro
PI-00079/2014).
O PSB não lidera pesquisas em nenhum
outro Estado. Com um desempenho ruim nas disputas para governador, o
partido corre o risco de interromper o crescimento de sua bancada na
Câmara dos Deputados, que é contínuo desde 1994.
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