247 - FAZENDO TEORIA DA CONSPIRAÇÃO NA WIKIPEDIA
Por Paulo Moreira Leite
Sou inteiramente
solidário com Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardemberg, que tiveram seu
perfil na enciclopedia Wikipedia alterado a partir de um computador
conectato a rede do Palácio do Planalto.
O grave, no episódio, é a geo-política.
É inaceitável que um instrumente que
pertence ao patrimonio público seja utilizado em benefício de
interesses políticos particulares.
Cabe investigar e apurar as responsabilidades, como o governo já anunciou que irá fazer.
Mas discordo da própria Miriam Leitão quando ela diz:
“É ingenuidade acreditar que uma
pessoa isolada, enlouquecida, resolveu, do IP da sede do governo,
achincalhar jornalistas.(…) Alguém deu ordem para que isso fosse
executado. É uma política. Não é um caso fortuito. E o alvo não sou eu
ou o Sardenberg. Este governo desde o princípio não soube lidar com as
críticas, não entende e não gosta da imprensa independente. Tentou-se no
início do primeiro mandato Lula reprimir os jornalistas através de
conselhos e controles. A ideia jamais foi abandonada. Agora querem o
“controle social da mídia”, um eufemismo para suprimir a liberdade de
imprensa.”
Com isso, tenta-se confundir o
Planalto, imóvel frequentado por centenas de funcionários e visitantes,
todos os dias, com o “Planalto” como instituição política e comando do
governo.
Faltam indícios minimamente
consistentes para se sustentar essa teoria da conspiração, o que não
ajuda quem quer esclarecer mas serve a quem quer confundir — quando
falta um mês e meio para a eleição presidencial.
Um funcionário do governo é orientado a falar mal de Miriam Leitão e Sardemberg para suprimir a liberdade de imprensa?
Calma.
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