Por: Equipe Oásis
Tão furtiva a ponto de ser considerada pelos zoólogos, durante muitos
anos, uma simples fantasia, uma serpente noturna mexicana deu novamente
o ar da sua graça, depois de sumir por cerca de 80 anos. Tinha razão o
naturalista inglês William Beebe, quem primeiro descreveu esse réptil no
início da década de 1930.
A serpente em questão é a Hypsiglena ochrorhyncha unaocularus, endêmica da Ilha Clarión, no arquipélago mexicano das Ilhas Revillagigedo, no Oceano Pacífico, a cerca 700 quilômetros do litoral da Baja Califórnia. Desde a primeira vez que foram observadas pelo explorador William Beebe, em 1936, nunca mais foram vistas pelas expedições científicas que visitaram o arquipélago nos anos sucessivos. A tal ponto que a ciência oficial considerava essa descoberta um erro devido a anotações equivocadas do biólogo.
Há pouco, uma expedição do Smithsonian Institute e do Instituto de Ecologia do México encontrou alguns exemplares da serpente. Após examiná-los, os membros da expedição decretaram que se trata de uma espécie nova, nunca descrita antes de Beebe.
A serpente em questão é a Hypsiglena ochrorhyncha unaocularus, endêmica da Ilha Clarión, no arquipélago mexicano das Ilhas Revillagigedo, no Oceano Pacífico, a cerca 700 quilômetros do litoral da Baja Califórnia. Desde a primeira vez que foram observadas pelo explorador William Beebe, em 1936, nunca mais foram vistas pelas expedições científicas que visitaram o arquipélago nos anos sucessivos. A tal ponto que a ciência oficial considerava essa descoberta um erro devido a anotações equivocadas do biólogo.
Há pouco, uma expedição do Smithsonian Institute e do Instituto de Ecologia do México encontrou alguns exemplares da serpente. Após examiná-los, os membros da expedição decretaram que se trata de uma espécie nova, nunca descrita antes de Beebe.
Hábitos solitários e furtivos
No decurso da sua expedição, Beebe recolheu uma série de amostras de animais até então desconhecidos, entregando depois todo esse material para o Museu de História Natural Americano. Entre as peças havia um tipo modificado de serpente noturna (Hypsiglena torquata), que Beebe identificou como uma nova espécie, rebatizando-a Hypsiglena ochrorhyncha unaocularus. Como todas as serpentes designadas como "noturnas", a serpente de Clarión raramente se mostra à luz do dia, preferindo sair da toca apenas durante as horas de escuridão.
Mas os hábitos solitários e furtivos do réptil fizeram com que, desde então, todo e qualquer traço dele desaparecesse. As anotações de Beebe passaram a ser consideradas fantasiosas, e a reputação do biólogo caiu no descrédito. Até que, há pouco, Daniel Mulcahy, zoólogo e autor de artigo publicado no site científico PLoS One, revelou todo o mistério. Depois de observar atentamente as escamas da serpente conservadas no museu, Mulcahy decidiu seguir seu rasto e se dirigiu pessoalmente à Ilha Clarión.
A serpente noturna de Clarión, cuja população parece ser
excepcionalmente pequena, vive sobre blocos de lava negra perto das
águas da Sulphur Bay, na Ilha Clarión, e cresce até atingir cerca de 50
centímetros. Embora nunca tenha sido formalmente declarada extinta, a
espécie permaneceu ausente da literatura científica devido a dois
fatores: o local onde ela vive, a Ilha Clarión, é extremamente remota e
acessível apenas com escolta militar, o que reduziu muito o número de
biólogos que a visitaram; o segundo fator são os hábitos noturnos e
muito furtivos desse réptil, bem como a sua coloração escura que promove
um perfeito mimetismo com o meio ambiente e torna a sua visão muito
difícil.
Gatos também chegaram ao arquipélago
Quanto à sua origem, a principal hipótese é que essa serpente tenha
surgido da dispersão de um ancestral que conseguiu atravessar o oceano a
partir da região continental mexicana de Sonora-Sinaloa. Sua
sobrevivência e desenvolvimento é quase um milagre da biologia, devido à
fragilidade e a aridez do ecossistema da Ilha Clarión, pouco mais que
um grande rochedo sobre o mar. Apesar disso, outras espécies invasoras
também habitam o arquipélago, entre elas gatos selvagens. O que causa
certa preocupação, pois esses felinos, embora ainda não presentes na
Ilha Clarión, se alimentam de pequenos lagartos endêmicos que constituem
também a principal fonte de comida para as serpentes. A chegada de
gatos a Clarión poderia significar uma rápida extinção para as
serpentes.
O entusiasmo dos cientistas por essa redescoberta está no fato de que
ela possibilitará estudos genéticos e evolutivos quase únicos a
respeito do desenvolvimento de uma espécie até atingir a condição de
espécie nova, num ambiente extremamente hostil à sobrevivência de
qualquer animal terrestre.
Daniel Mulcahy e sua equipe encontraram até agora apenas 11 exemplares da serpente de Clarión, ao explorar as fendas rochosas mais recônditas da ilha, onde elas se escondem. A cor marrom acinzentada com pequenos pontos negros isolados, quase igual à cor do rochedo, e os hábitos solitários dessa serpente fizeram pensar que não se tratasse de uma subespécie, mas sim de uma espécie à parte de réptil noturno. Essa hipótese foi a seguir confirmada pelas análises genéticas.
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