Da Folha de Pernambuco
A estratégia dos presidenciáveis Eduardo Campos (PSB) e Aécio Neves
(PSDB) para se unirem no segundo turno contra a presidente Dilma
Rousseff (PT) foi recebida pelos petistas como a consolidação da saída
do governador de Pernambuco do campo da esquerda. Para o líder do PT no
Senado, Humberto Costa, que se mostrou surpreso com o alinhamento – já
que o socialista integrou a base do PT por 11 anos – os passos do
ex-aliado mostram que ele tem optado cada vez mais por seguir o caminho
da oposição.
“Sempre tivemos Eduardo Campos como de esquerda, mas tem ficado claro
que ele prefere seguir outro roteiro”, lamentou Costa. O senador ainda
disparou contra a defesa de renovação da política empunhado pelo
socialista. “O PSB crítica as alianças do PT, afirmando que são um
conchavo, mas quando a aliança é com o PSB, é porque eles são um partido
amplo, que quer unir. Esse discurso da nova política é contraditório. O
que eles falam não é o que fazem. Não é um discurso que deverá pegar”,
avaliou.
Por outro lado, a presidente estadual do PT, deputada Teresa Leitão,
disse não estar surpresa com o pacto entre tucanos e socialistas para
derrotar Dilma Rousseff, e que os discursos de Eduardo Campos já deram
indícios suficientes para a concretização dessa união – um dos pontos
decisivos seria a adesão do PSDB à base do governo, e a promessa de que
ambos não devem obstacular o pleito nem em Pernambuco, nem em Minas
Gerais. Questionada sobre a declaração do governador, de que não
entraria em “briga de rua” nem com o PT e nem com a própria Dilma
Rousseff, Teresa disse que é preciso ter cuidado ao definir o que
significaria o termo.
“Eduardo tem traçado um roteiro e está seguindo. Não tem nada a ver
com os posicionamentos do PT e de Dilma. Esse ensaio foi realizado nas
eleições municipais de 2012”, rebateu a petista. O deputado federal João
Paulo (PT) disse que só irá se pronunciar sobre a hipotética aliança,
caso a petista não vença o primeiro turno. “É muito cedo para falar
sobre isso”, cravou.
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