Será um presente dos deuses se realmente o ministro Joaquim Barbosa deixar o Supremo Tribunal Federal a tempo de se candidatar a presidente da República
Será um presente dos deuses se realmente o ministro Joaquim
Barbosa deixar o Supremo Tribunal Federal a tempo de se candidatar a
presidente da República (por qual partido?) ou mesmo após o prazo legal
para que candidaturas sejam apresentadas.
Infelizmente, porém, o ministro Gilmar Mendes não deu a menor indicação de que fará o mesmo.
Mas, se Barbosa cumprir a promessa feita à revista Veja, o Brasil
terá um a menos em sua Suprema Corte de Justiça a desmoralizá-la
cotidianamente com declarações e decisões (como ministro) que escancaram
viés político onde só caberia sobriedade.
Barbosa e Mendes, aliás, não estão sozinhos. Há outros exemplares de
juízes militantes políticos que vêm atuando no STF e, assim,
desacreditando aquela Corte.
Contudo, Luiz Fux ainda mantêm um traço de sobriedade e, inclusive,
após alguns showzinhos que deu ao longo do julgamento do mensalão,
parece ter recuperado a linha. Infelizmente, a redução do elenco desse
show lamentável não põe fim a ele.
Barbosa, em nota oficial, desmentiu que deixará o STF logo após
terminar o serviço (condenar a penas draconianas os petistas José
Genoino, José Dirceu, Delúbio Soares e João Paulo Cunha) e a tempo de se
candidatar a presidente, mas deixou claro que irá trilhar o caminho da
política.
Ingressando na política, como deixa ver que fará tanto em suas
declarações à Veja quanto na nota oficial desmentindo que se candidatará
neste ano, o hoje presidente do Supremo fará aos historiadores o favor
de esclarecer sua conduta histriônica e político-partidarizada durante o
julgamento do mensalão, deixando ver às gerações futuras que aquele
processo foi uma farsa.
As pretensões políticas de Joaquim Barbosa, pois, explicam sua
conduta entre 2012 e hoje, independentemente de sua candidatura a seja
lá o que for sair agora ou depois.
Já o ministro Gilmar Mendes, como pretende continuar no STF – por não
ter cogitado publicamente deixar o cargo – deve manter a imagem que a
Corte vai construindo, de ter se transformado em um partido político.
É certo que, à exceção de Barbosa, Mendes e Fux, os demais
integrantes do Supremo têm mantido a compostura ao menos nas declarações
públicas. Mas como a maioria de seus membros endossaram as ações
políticas desses três, o colegiado inteiro acaba pagando o pato.
Uma piada amarga já circula há tempos nas redes sociais: referir-se à
principal Corte de Justiça do país como PSTF (Partido do Supremo
Tribunal Federal).
Trata-se, pois, de humor eivado de amargura com a degradação de um
colegiado que deveria primar pela circunspeção, mas que enfia o pé na
jaca semana sim, semana não por obra e graça de seu presidente e de
outro integrante que vive dando uma banana para a compostura que o cargo
lhe cobra.
Diante dos últimos showzinhos de Barbosa e Mendes, o restante do
colegiado deve ter suspirado aliviado com a promessa de um deles de
reduzir o elenco desse espetáculo sofrível que também envergonha quem se
comporta como deveria.
Diante de tudo isso, após deixar o Supremo, Barbosa bem que poderia
criar seu próprio partido. A Justiça brasileira, no Estado em que está,
dificilmente iria interpor obstáculo à criação de uma legenda sob a
sigla PSTF.
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