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Leandro Fortes, no Facebook e lido PIG –1
Leandro Fortes, no Facebook e lido PIG –1
A classe média brasileira tem dois momentos muito específicos durante
o ano para expurgar o pouco que lhe resta de culpa pequeno burguesa.
Ambos ocorrem, curiosamente, no mês de agosto, e são patrocinados por
duas corporações bilionárias.
O primeiro, é este Criança Esperança, um mosaico sentimentaloide de mensagens edificantes que se intercala ao que, normalmente, se tem de pior no showbusiness nacional.
A ideia é convencer o telespectador de que, além de dar audiência à TV Globo e aturar Xuxa, aos 50 anos, falando com voz de bebê, ele deve também contribuir para o futuro de crianças sobre as quais ele nada sabe – e sequer tem certeza que existem de verdade.
Estamos falando de uma campanha nacional feita por uma empresa que, sabe-se agora, sonegou R$600 milhões em impostos no Brasil. Esses mesmos impostos usados para infraestrutura, construções de escolas e saneamento básico, coisas que, estas sim, trazem esperança às crianças da vida real, do Brasil real, do mundo real.
O outro momento é o Mac Dia Feliz, quando milhares de crianças se entregam alegremente às 504 calorias do gorduroso Big Mac para salvar crianças com câncer, embora ao custo de elas mesmos sofrerem os males da obesidade infantil.
Nesse mesmo dia, milhares de adolescentes bem nascidos se apresentam como voluntários nas portas dos McDonald’s Brasil afora para trabalhar de graça para uma das maiores e mais ricas corporações do planeta. São os mesmos adolescentes que acham lindo trabalhar de garçom em Orlando, mas um horror fazer o mesmo serviço no Brasil, onde terão de se misturar com pobres locais que, ainda por cima, são monoglotas.
Então, por que em vez de montar esses aparatos monumentais de marketing, TV Globo e McDonald’s, simplesmente, não fazem uma doação anual para as crianças sem esperança do Brasil, com ou sem câncer?
Resposta: porque eles precisam que você participe dessa propaganda disfarçada de solidariedade, seu bobão.
O primeiro, é este Criança Esperança, um mosaico sentimentaloide de mensagens edificantes que se intercala ao que, normalmente, se tem de pior no showbusiness nacional.
A ideia é convencer o telespectador de que, além de dar audiência à TV Globo e aturar Xuxa, aos 50 anos, falando com voz de bebê, ele deve também contribuir para o futuro de crianças sobre as quais ele nada sabe – e sequer tem certeza que existem de verdade.
Estamos falando de uma campanha nacional feita por uma empresa que, sabe-se agora, sonegou R$600 milhões em impostos no Brasil. Esses mesmos impostos usados para infraestrutura, construções de escolas e saneamento básico, coisas que, estas sim, trazem esperança às crianças da vida real, do Brasil real, do mundo real.
O outro momento é o Mac Dia Feliz, quando milhares de crianças se entregam alegremente às 504 calorias do gorduroso Big Mac para salvar crianças com câncer, embora ao custo de elas mesmos sofrerem os males da obesidade infantil.
Nesse mesmo dia, milhares de adolescentes bem nascidos se apresentam como voluntários nas portas dos McDonald’s Brasil afora para trabalhar de graça para uma das maiores e mais ricas corporações do planeta. São os mesmos adolescentes que acham lindo trabalhar de garçom em Orlando, mas um horror fazer o mesmo serviço no Brasil, onde terão de se misturar com pobres locais que, ainda por cima, são monoglotas.
Então, por que em vez de montar esses aparatos monumentais de marketing, TV Globo e McDonald’s, simplesmente, não fazem uma doação anual para as crianças sem esperança do Brasil, com ou sem câncer?
Resposta: porque eles precisam que você participe dessa propaganda disfarçada de solidariedade, seu bobão.
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