Blog do Josias
Deve-se a chegada dos médicos cubanos a um contrato firmado pelo governo do Brasil com a ditadura de Cuba. Há nas duas pontas personagens manjadas: Dilma Rousseff e Raúl Castro. Podendo criticar essas duas pessoas, o doutor João Batista e seus congêneres preferem alvejar os colegas de Cuba. Erro clínico.
Antes de extravasar sua xenofobia, a corporação do jaleco branco deveria desperdiçar 15 minutos do seu tempo com a leitura de um artigo. O texto já foi comentado aqui. Escreveu-o Juan López Linares. Nascido em Cuba, naturalizou-se brasileiro. É professor da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da USP.
No seu texto, veiculado no Jornal da USP, Juan Linares declara-se “a favor” da importação de médicos pelo Brasil. Mas leva o pé atrás em relação à inclusão de Cuba na equação. Algo, porém, o distancia de João Batista. Para o professor, o problema está mais na ditadura de Cuba e nos que se relacionam com ela do que nos médicos cubanos.
Em Cuba, informa o professor, o salário de um médico “não supera os R$ 100”. Por isso, eles consideram o trabalho em países estrangeiros “um sacrifício desejável”. Costumam festejar missões na África. Devem enxergar o Brasil como um Éden.
Os médicos recebem seus salários de Cuba, não do país que os contrata. No caso do Brasil, o contracheque é de R$ 10 mil mensais. Havana vai reter entre 60% e 75% desse valor. Quer dizer: no limite, Brasília financia com dinheiro do contribuinte a ditadura de Havana. Em reação, o doutor João Batista mandou um fotógrafo ao aeroporto de Belo Horizonte para documentar a chegada das vítimas, identificando-as.
O presidente do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais comprova: certos médicos são cientistas sui generis. Aplicam drogas que mal conhecem em pessoas que nem conhecem. Contra o surto de 4 mil profissionais cubanos, João Batista receitou aos colegas que fujam do contágio, evitando socorrê-los no erro.
Afora a arrogância de supor que os médicos do Brasil são autoimunes ao erro, o doutor prescreve um remédio inútil. Os cubanos irão trabalhar em cidades pobres dos fundões do Brasil. Atenderão à clientela que os colegas brasileiros refugaram. Por falta de companhia, terão de errar sozinhos.
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