domingo, 2 de setembro de 2018

Na terra de Lula, Haddad faz campanha mais ainda enfrenta desconhecimento


Sergio Roxo – O Globo

GARANHUNS (PE). Provável substituto de Lula como candidato do PT a presidente, Fernando Haddad sentiu novamente na pele, na tarde deste sábado, os efeitos do desconhecimento por parte do eleitor em agenda de campanha em Garanhuns (PE), terra natal do ex-presidente petista. Apesar de ter sido assediado para posar para fotos, o ex-prefeito de São Paulo também viu eleitores chamá-lo de "Andrade" ou simplesmente não saberem quem caminhava pelas ruas da cidade ao lado do governador Paulo Câmara (PSB), candidato à reeleição.
Cabos eleitorais de candidatos do PSB dominaram a caminhada de Haddad. Apesar de ter ficado neutro na disputa nacional, o PSB pernambucano declarou apoio à candidatura presidencial petista. Um dos principais nomes do PT em Pernambuco, Marília Arraes, que teve a candidatura ao governo do estado retirada por determinação da direção nacional de sua legenda, não participou do evento. Ela alegou conflito com a agenda de sua candidatura a deputada federal. Marília é adversária de Paulo Câmara.
Entre os apoiadores que turbinaram a caminhada do candidato petista a vice, estavam os cabos eleitorais de João Campos, filho de Eduardo Campos, que disputará uma vaga de deputado federal este ano pelo PSB. Campos morreu em 2014 numa queda de avião quando disputava a Presidência da República contra Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB). No comício realizado ao final da caminhada, Haddad citou João e falou que gostaria de "fazer uma homenagem a Eduardo Campos".
No ato, ainda foi executado o jingle da campanha presidencial do PT que destaca Lula, apesar da decisão de cassação da candidatura por parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Numa carta lida pelo presidente da CUT, Vagner Freitas, o ex-presidente também se colocou como postulante ao Palácio do Planalto e lembrou os projetos implantados em Pernambuco quando estava no governo federal.
— Temos fé que comigo na Presidência e Paulo Câmara podemos recuperar aquele tempo — disse Lula, na carta lida por Vagner.
Na tentativa de apresentar Haddad ao pública, o locutor apelou:
— Tem um ditado que diz: amigo do meu amigo é meu amigo também. Se Lula é nosso amigo, se é amigo de Paulo (Câmara) e é amigo de Haddad, Haddad também é nosso amigo.
Ao discursar, o senador petista Humberto Costa, candidato à reeleição, tratou da possibilidade de voto em Haddad para presidente, coisa que o atual da vice da chapa petista se recusa a fazer.
— Se eles não deixarem Lula ser candidato, pode ter certeza que nós vamos eleger você (Haddad) presidente da República — disse Costa, dirigindo-se ao candidato a vice.

Nenhum comentário:

Postar um comentário