segunda-feira, 27 de julho de 2015

CPI da Petrobras é palco de suspeitos


Kennedy Alencar
O juiz Sérgio Moro está certo ao criticar a convocação da advogada Beatriz Catta Preta pela CPI da Petrobras. Ela intermediou nove acordos de delação premiada.
A OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) deveria agir com mais energia a respeito de uma convocação desse tipo. Não é papel da CPI convocar advogados de delatores. Parece que deseja inibir colaborações premiadas.
Indiretamente, pega mal para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que tem aliados na CPI apresentando requerimentos que os investigados da Operação Lava Jato consideram tentativa de obstruir ou criar dificuldades para as apurações.
Essa CPI não contribuiu com uma informação relevante para as investigações. É mais uma comissão que desmoraliza o instituto das CPIs. Virou um palco político de suspeitos. Está desvirtuando completamente o sentido de uma CPI.
Aliados do presidente da Câmara estão se comportando, na opinião dos investigadores, de modo que podem vir a piorar a situação jurídica de Eduardo Cunha em relação à Lava Jato.

Os investigadores dizem que Cunha mudou de versão seis vezes desde quando depôs na CPI para explicar requerimentos interpretados pelos investigadores como tentativa de achacar uma empresa, como apontou o delator Júlio Camargo, da Toyo Setal.

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