Kennedy Alencar
O
juiz Sérgio Moro está certo ao criticar a convocação da advogada
Beatriz Catta Preta pela CPI da Petrobras. Ela intermediou nove acordos
de delação premiada.
A
OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) deveria agir com mais energia a
respeito de uma convocação desse tipo. Não é papel da CPI convocar
advogados de delatores. Parece que deseja inibir colaborações premiadas.
Indiretamente,
pega mal para o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que tem
aliados na CPI apresentando requerimentos que os investigados da
Operação Lava Jato consideram tentativa de obstruir ou criar
dificuldades para as apurações.
Essa CPI não contribuiu com uma informação relevante para as investigações.
É mais uma comissão que desmoraliza o instituto das CPIs. Virou um
palco político de suspeitos. Está desvirtuando completamente o sentido
de uma CPI.
Aliados
do presidente da Câmara estão se comportando, na opinião dos
investigadores, de modo que podem vir a piorar a situação jurídica de
Eduardo Cunha em relação à Lava Jato.
Os
investigadores dizem que Cunha mudou de versão seis vezes desde quando
depôs na CPI para explicar requerimentos interpretados pelos
investigadores como tentativa de achacar uma empresa, como apontou o
delator Júlio Camargo, da Toyo Setal.
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