247 – O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas
ações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, tem "ditado a agenda
nacional" da "República de Curitiba", afirma a jornalista Tereza
Cruvinel em novo artigo publicado em seu blog no 247. Ela destaca as
declarações feitas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Marco
Aurélio Mello, que se disse impressionado com o fato de a prisão ter
passado a ser regra e a liberdade, exceção entre os acusados no
Judiciário brasileiro.
"Ele, que foi um duro algoz de petistas no julgamento da ação penal
470, do chamado mensalão, declarou-se impressionado com a condução
coercitiva de um acusado que não resistir a prestar depoimento, como
aconteceu com Vaccari Neto", pontua a colunista, que cobra a Ordem dos
Advogados do Brasil. "E a OAB, tão zelosa pelo Estado de Direito no
passado, onde anda que não dá uma palavra sobre as coisas que espantam
Marco Aurélio Mello e os que ainda têm consciência jurídica?"
Em Curitiba, mais de uma dezena de executivos e empresários
enfrentam condições de prisão medievais e são submetidos a uma brutal
pressão psicológica para que façam os acordos de delação premiada e
produzam as informações que estão sendo buscadas. Agora que o corrupto
desde 1997 Pedro Barusco declarou que o PT embolsou de 150 a 200 milhões
de dólares derivados do esquema de propinas, o que Curitiba busca são
revelações que incriminem o ex-presidente Lula e envolvam a presidente
Dilma, criando bases ou para seu impeachment ou para a prolongada
fritura de seu governo.
Depois de descrever situações precárias nas prisões da capital
paranaense, onde estão presos preventivamente os réus da Lava Jato, "por
um período maior que o devido, para que produzam delações premiadas", a
jornalista ressalta: "É impressionante que nenhum grande veículo de
imprensa tenha procurado saber o que se passa nas masmorras de
Curitiba".
Por fim, ela faz um alerta sobre seu próprio posicionamento: "Falar
dos abusos da República de Curitiba não é compactuar com a corrupção ou
pedir impunidade para os corruptos, como dirá logo um apressado da
Internet. Abaixo a corrupção, mas abaixo também as violações do Estado
de Direito, uma palavra de ordem das lutas democráticas no tempo da
ditadura, que devia continuar tendo o mesmo valor".
Leia aqui a íntegra do texto.
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