Não faltaram insultos e protestos durante a assembleia desta
terça-feira (10) para definir se haveria ou não greve da Polícia Militar
durante o Carnaval. Apesar de a categoria não chegar a um consenso e se
retirar do auditório do Centro de Convenções antes do fim da reunião,
as entidades da categoria descartaram paralisação durante o período e
afirmaram que voltarão para mesa de negociação com o governo.
Uma parte do grupo, insatisfeita com o resultado da assembleia,
chegou a cogitar ir até a frente do Palácio do Campo das Princesas para
reafirmar suas reivindicações, mas desistiu. A falta de uma liderança
firme para conduzir o processo desmobilizou a categoria e dispersou o
movimento. Eleito deputado estadual com mais de 19 mil votos, o soldado
Joel da Harpa (PROS) ensejou repassar as propostas apresentadas para a
categoria, mas não encontrou respaldo. O parlamentar, que ganhou corpo
após a greve da PM em maio de 2014, discursou por mais de 45 minutos,
mas sua voz não ganhou eco diante dos pares. Não eram raros gritos de
“comprado” ou “governista”.
Nessa segunda-feira (9), uma resolução da secretaria de Administração
de Pernambuco (SAD) afirmou uma série de medidas que beneficiam a
categoria. Dentre elas estão a promoção de 5.485 militares, o aumento de
60% no vale-refeição, que passará a ser de R$ 246,40, e o reajuste de
82,52% na Gratificação de Motorista, ficando com um valor de R$ 160 a
partir de agora.
Apesar disso a insatisfação da categoria não foi sanada, pois a
questão do reajuste salarial, uma das principais matérias na pauta de
reivindicações, não foi atendida e a discussão sobre o assunto foi
adiada para o próximo mês de junho.
O clima da reunião foi tenso, com membros da categoria gritando a
insatisfação com as propostas do Governo e acusações a representantes de
sindicatos. O grupo presente no auditório do Teatro dos Guararapes, no
Centro de Convenções de Pernambuco, chegou a virar as costas para os
condutores da reunião.
A dificuldade para se chegar a um consenso levantou a hipótese de que
a categoria não possui um líder, com quem possa fazer negociações
diretas com o governo. Isto foi rebatido pelo presidente da Associação
de Cabos e Praças (Aspra-PE), José Roberto Vieira: “Não perdemos o
controle, se tivéssemos perdido o controle eles teriam decretado greve
hoje”. O controle eles podem até não ter perdido, já o respeito…
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