Carlos Brickmann
Robson
Marinho, homem-forte do Governo Mário Covas, iniciador da dinastia
tucana que se mantém até hoje no poder em São Paulo, afastou-se de seu
cargo no Tribunal de Contas do Estado. Marinho, segundo investigação
suíça, é suspeito de ter recebido US$ 2,7 milhões em propinas da
multinacional Alstom, em seus tempos de Governo Covas, para facilitar a
assinatura de bons contratos. Mas não tire conclusões apressadas, caro
leitor: Marinho não deixou o cargo para facilitar a investigação. Deu
uma saidinha, só até o próximo dia 16, em gozo de licença-prêmio.
E sua
situação melhorou muito, porque os suíços costumam levar as
investigações a sério. Suspenderam sua colaboração com o Brasil porque a
documentação sigilosa que enviaram foi entregue ilegalmente à imprensa -
sabe como é, que otoridade não ama uma câmera? O Ministério Público
paulista e a Procuradoria-Geral de Justiça prometem investigar o
vazamento de informações. Não deve ser difícil se, como este colunista,
gostarem de filmes antigos. Em 1955, Billy Wilder filmou, com Marilyn
Monroe, O Pecado Mora ao Lado.
E, já que estão investigando vazamento de informações, poderiam ampliar um pouco o foco de seu trabalho. Por exemplo, num organismo complexo como um Governo estadual, é possível a um secretário montar sozinho um esquema que lhe permita facilitar a assinatura de contratos? E os órgãos de controle, que é que fazem? Se Marinho agiu solitariamente, o Governo falhou por omissão. Se o Governo não falhou por omissão, então Marinho não estava só.
E, já que estão investigando vazamento de informações, poderiam ampliar um pouco o foco de seu trabalho. Por exemplo, num organismo complexo como um Governo estadual, é possível a um secretário montar sozinho um esquema que lhe permita facilitar a assinatura de contratos? E os órgãos de controle, que é que fazem? Se Marinho agiu solitariamente, o Governo falhou por omissão. Se o Governo não falhou por omissão, então Marinho não estava só.
Cadê os outros?
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