segunda-feira, 9 de junho de 2014

Notícias do Brasil. Na Suíça


Carlos Brickmann
Robson Marinho, homem-forte do Governo Mário Covas, iniciador da dinastia tucana que se mantém até hoje no poder em São Paulo, afastou-se de seu cargo no Tribunal de Contas do Estado. Marinho, segundo investigação suíça, é suspeito de ter recebido US$ 2,7 milhões em propinas da multinacional Alstom, em seus tempos de Governo Covas, para facilitar a assinatura de bons contratos. Mas não tire conclusões apressadas, caro leitor: Marinho não deixou o cargo para facilitar a investigação. Deu uma saidinha, só até o próximo dia 16, em gozo de licença-prêmio.
E sua situação melhorou muito, porque os suíços costumam levar as investigações a sério. Suspenderam sua colaboração com o Brasil porque a documentação sigilosa que enviaram foi entregue ilegalmente à imprensa - sabe como é, que otoridade não ama uma câmera? O Ministério Público paulista e a Procuradoria-Geral de Justiça prometem investigar o vazamento de informações. Não deve ser difícil se, como este colunista, gostarem de filmes antigos. Em 1955, Billy Wilder filmou, com Marilyn Monroe, O Pecado Mora ao Lado.

E, já que estão investigando vazamento de informações, poderiam ampliar um pouco o foco de seu trabalho. Por exemplo, num organismo complexo como um Governo estadual, é possível a um secretário montar sozinho um esquema que lhe permita facilitar a assinatura de contratos? E os órgãos de controle, que é que fazem? Se Marinho agiu solitariamente, o Governo falhou por omissão. Se o Governo não falhou por omissão, então Marinho não estava só.
Cadê os outros?

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