247 – Um dos setores que deve deixar um importante
legado nas 12 cidades-sede estará sendo julgado de perto durante a Copa
do Mundo, exatamente porque carrega a maior responsabilidade pelo
sucesso do evento: o de Segurança. Já está em operação oficial a
operação de guerra montada pelo governo para blindar ao máximo o
Mundial, com abertura marcada para a quinta-feira 12, de manifestações
sociais, agitações sindicais e, até mesmo, ataques terroristas.
"Aprendemos com as lições da Copa das Confederações e já temos um
aprendizado em grandes eventos desde a Conferência Rio+20", afirma o
ministro José Eduardo Cardozo, da Justiça.
A promessa é a de que manifestações de rua consideradas abusivas
sejam barradas pelo dispositivo militar. A preparação das forças
militares incluiu treinamentos em torno de estádios como os de Brasília,
Natal e Cuiabá contra ataques terroristas e armas químicas. Um
contingente de 157 mil homens e mulheres do Exército, Marinha,
Aeronáutica, Força Nacional e Polícia Federal já está mobilizado neste
momento.
Impressiona o rol de equipamentos pesados que estão sendo acionados.
Durante a Copa, 24 aviões supertucanos, dez caças F5, três
aviões-radares, 11 helicópteros, além de 29 aeronaves de apoio, farão
parte do esquema de defesa aérea. No mar, a logística de Defesa inclui
quatro fragatas, uma corveta, 21 navios patrulhas, 12 navios de
desembarque e 183 lanchas.
Na divisão das tropas, o Exército vai atuar com 57 mil homens e
mulheres, a Marinha com 13 mil e, na Força Aérea, 9 mil. Mais cem mil
agentes de segurança pública, entre federais, estaduais e municipais
estarão nas ruas.
Neste momento, um ponto que desafio o esquema é a greve dos
metroviários em São Paulo. Ela está gerando um trânsito caótico na maior
das cidades-sede e pode ter, a partir da quarta-feira 11, véspera da
abertura do Mundial, a companhia de uma paralisação no metrô do Rio de
Janeiro. Com alto grau de automação, a repressão direta não tem muito
efeito neste tipo de movimento. Em contrapartida, manifestações próximas
a estádios com jogos entre seleções não serão toleradas.
Praticamente todas as delegações já estão no Brasil e, até aqui,
nenhum incidente foi registrado. O máximo que aconteceu foi o ônibus
contratado pela Fifa para atender a Seleção do México, em Santos, no
litoral paulista, ter ficado sem bateria e impedido de levar o jogadores
para o treino marcado no CT Rei Pelé, do Santos. Os craques tiveram de
ir de táxi. O grande teste, porém, será a chegada da torcida e das
autoridades ao Itaquerão, na quinta 12, para a partida inaugural entre
Brasil e Croácia. Ali, dentro de 72 horas, a blindagem armada pelo
governo terá de começar a mostrar que funciona mesmo.
O governo vai procurando transmitir tranquilidade quanto a eficiência do esquema:
- A nossa sensação é que elas (as manifestações) terão uma dimensão
menor do que aconteceu em junho, disse o ministro Cardozo. "Agora, nós
estamos preparados para qualquer situação que porventura ocorra. Eu acho
que aquelas situações que aconteceram na Copa das Confederações não
deverão se repetir, até porque aprendemos com aquela lição e sabemos
que, evidentemente, as forças policiais estão mais preparadas e
capacitadas para atuar nesses casos", completou.
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