247 - Ao participar
de um evento ontem em São Paulo, o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso aproveitou para comentar o rebaixamento do Brasil pela agência
de classificação de risco Standard & Poors. "Tem que olhar com jeito
isso aí porque as agências não são infalíveis. Mas é óbvio que, no caso
do Brasil, existem sinais que levam a prestar atenção. O endividamento
público cresceu e existe esse artificialismo no manejo do orçamento.
Isso tudo pesa e elas (agências) estão registrando", afirmou. "A coisa
mais difícil de ganhar na vida é confiança. Em tudo, não só na economia.
Isso (rebaixamento) é um sinal de desconfiança. É negativo para o
país", acrescentou.
Na segunda-feira, a nota atribuída
ao Brasil pela S&P caiu de BBB para BBB-, mas ainda foi mantida no
chamado "grau de investimento", ou seja, dos países ainda confiáveis
para atrair investimentos. Prova de que a alteração não causou grande
impacto, foi o comportamento do mercado financeiro, onde o dólar
registrou forte queda e a Bovespa registrou o sétimo pregão consecutivo
de alta.
Diante da fala de FHC, no entanto,
cabe um registro histórico. Foi em janeiro de 1999, mês da
maxidesvalorização do real, adiada em função da reeleição obtida um ano
antes, que o chamado risco-Brasil atingiu seu nível mais baixo. Com nota
B-, o Brasil foi classificado pela S&P como "altamente
especulativo".
Apenas em 30 de abril de 2008, já no
governo Lula, o Brasil atingiu o chamado "grau de investimento", com a
nota BBB-. A promoção veio em 17 de janeiro de 2011, com a classificação
BBB, e agora, nesta segunda-feira, o Brasil voltou ao nível de 2008. Ou
seja: houve um rebaixamento, mas a classificação do risco-Brasil ainda é
muito superior à da era FHC.
Confira, abaixo, a evolução da nota do Brasil e entenda aqui o que significam as notas:
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