247 – Entre os
13 ministros trocados pela presidente Dilma Rousseff nas últimas
semanas, o bancário e deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP),
anunciado nesta sexta-feira 28, tem a missão política mais complexa.
Como Hércules, para cumprir com sucesso seu papel ele terá, a partir da
terça-feira 1º de abril, quando toma posse na Secretaria de Relações
Institucionais, de realizar algo como 12 trabalhos. Um mais difícil do
que o outro. De saída, escolheu o enfrentamento com a CPI da Petrobras.
— Não há motivo para ficarmos na
defensiva. Vamos para a ofensiva, vamos mostrar o que foi a Petrobras no
governo Fernando Henrique (Cardoso) e o que é a Petrobras nos governos
Lula e Dilma. Está claro que o interesse é eleitoral, não há qualquer
interesse de investigação sério e o caso (Pasadena) já está sendo
investigado pelas autoridades competentes, que são menos sujeitas à
contaminação política.
O novo ministro também minimizou a
pesquisa CNI/Ibope, divulgada nesta quinta-feira, que apontou queda de
sete pontos percentuais na popularidade do governo Dilma:
— Pelo que vejo, essa pesquisa está
fora da curva, não tem sintonia com as demais pesquisas feitas
recentemente. Mas sem desmerecer a pesquisa, é trabalhar com
tranquilidade, sem se preocupar demasiadamente com pesquisas
esporádicas.
Além de falar grosso com a oposição,
Berzoini precisa reaprumar a ponte sempre instável nas relações da
presidente Dilma Rousseff com o PT. A senadora Ideli Salvati não
conseguiu, como titular das Relações Institucionais, ser a interlocutora
ideal entre o Palácio do Planalto e o Congresso – e nem mesmo com o
partido.
O nome de Berzoini chegou até Dilma
depois de ter sido assoprado pelos deputados José Mentor, Cândido
Vacarezza e Arlindo Chinaglia, como apurou 247. Eles expressaram
dificuldades de serem atendidos. A tarefa igualmente prevê não permitir o
aparecimento de rusgas entre Lula e Dilma.
O novo ministro chega ao Palácio do
Planalto com acento garantido no núcleo duro do governo, onde se dá o
comando, neste momento, do ministro chefe da Casa Civil, Aloizio
Mercadante. Ambos têm posições firmes e decididas, voto e história no
partido. A harmonia entre eles – ou o desentendimento – poderá
determinar o futuro político da presidente.
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