O Governo Bolsonaro não deixará de seguir, nas próximas semanas, a escalada caricata dos últimos dias.
Precisa disto como “resposta” à sua incapacidade de agir na política.
Em qualquer delas: a parlamentar, a econômica e a social.
De trás para adiante: alguma ação em política social senão os tais “pentes finos” – em aposentadorias e benefícios sociais/previdenciários – aliás, do que já usou e abusou Michel Temer?
Em cadastros com dezenas de milhões de pessoas sempre se acharão incongruências e fraudes, mas isso é absolutamente irrelevante diante do gigantismo que têm. Combatê-los é muito mais questão de rotinas e sistemas de verificação permanente que de espalhafatos e espetaculosidades.
Na política econômica, zero. Até a “euforia” criada com a apresentação da reforma previdenciária se desfez: o dólar voltou ao mesmo patamar do final do ano passado e a bolsa deixou de lado a ideia dos 100 mil pontos que acalentou para o curto prazo.
Previsões de crescimento econômico em queda e, a partir da semana que vem, reversão nos prognósticos de inflação em queda, que só não se acentuam pelo desânimo geral da economia.
Na Câmara, o erro de não ter composto uma base só se acentua. Apelar ao “patriotismo” dos deputados e achar que isso fará a PEC da Previdência andar depressa é uma rematada tolice, porque não há negociação, não há representatividade e não há interlocutores, exceto o próprio Rodrigo Maia, que não vai forças a barra além do que convèm à manutenção de sua autoridade interna.
A “solução” escolhida parece ter sido a de fomentar as polêmicas públicas, mas a alto custo.
O ministro da Educação despareceu, colocado em situação mais constrangedora do que o do Turismo, com seu imenso laranjal.
O Itamarati, em situação de semi-intervenção, virando piada. E Damares, que nunca deixou-se sê-la, aparecendo como heroína da raça.
Do presidente, bananas, radares e cartilhas “sexuais”, além de xixi em praça pública.
E assim vai passando o carro do gás, com a sua musiquinha irritante, mas sem um botijão sequer para aquecer as panelas do povão.
Isso dura?
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