Para celebrar os 57 anos da universidade, uma cerimônia foi realizada no hall da reitoria. A solenidade teve início com a apresentação da Orquestra de câmara e madrigal da UFSC - Reprodução
Atuação da PF em Universidade Federal de Santa Catarina
A investigação é sobre um professor de jornalismo da UFSC por supostas críticas a uma delegada
Mônica Bergamo – Folha de S.Paulo
A investigação da Polícia Federal sobre um professor de jornalismo da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) por supostas críticas a uma delegada que comandou operações da Lava Jato já gera reação no STF (Supremo Tribunal Federal) e em outros meios jurídicos.
“O ministro Raul Jungmann [da Segurança Pública] tem que se pronunciar”, diz o ministro Gilmar Mendes, do STF. “Um bom legado dele será instalar o Estado de Direito na PF.”
“Eles [PF] não têm nenhum cuidado com a honra alheia e são tão cuidadosos quando criticam os seus”, segue Gilmar. “É de assombrar”, disse outro magistrado.
A PF abriu a investigação contra Aureo Mafra Moraes, chefe de gabinete da reitoria, depois de tomar conhecimento de um vídeo com entrevistas dadas por ele num evento da universidade.
O professor não faz referência à PF. Mas cartazes atrás dele criticavam a Operação Ouvidos Moucos e “agentes públicos que praticaram abuso de poder contra a UFSC e levaram ao suicídio do reitor” Luiz Cancellier. Preso no ano passado, ele acabou se matando.
Moraes passou a ser investigado sob suspeita de atentado contra a honra da delegada Erika Mialik Marena, que ordenou a prisão de Cancellier.
A reportagem da Folha circulou também em grupos de advogados. “Não bastasse a truculência da operação que levou à prisão e, posteriormente, por conta dela, à morte do reitor, agora querem sufocar a liberdade de crítica numa demonstração ímpar de autoritarismo”, diz o criminalista Alberto Toron.
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