Sete em cada dez brasileiros acham que a vida piorou depois do golpe de estado que levou Michel Temer à Presidência.
Só 3% dos entrevistados têm uma avaliação positiva sobre o seu Governo.
Os dados, avassaladores, da complementação da pesquisa Vox Populi que apontou o amplo favoritismo eleitoral de Lula, mesmo quase completando quatro meses de detenção numa cela em Curitiba, embora não sejam novidade, parece que são muito pouco levados em conta nas análises políticas.
Toda a discussão se dá em torno de “tempo de televisão” – que já deixou de ser o único meio de comunicação política decisivo – , de alianças partidárias e, até, de personagens “novos” para decorarem, como vice, as candidaturas.
Mesmo com toda a máquina de propaganda, é muito difícil que um candidato como Geraldo Alckmin – não apenas interlocutor privilegiado de Temer e de seu Governo mas, em sua chapa, acompanhado da Esplanada dos Ministérios em massa – deixe de ser identificado com o “temerismo”.
Mesmo que Henrique Meirelles se dedique a autolouvação de suas capacidades, não é tolo de chamar a si o lugar de “candidato do Temer”, embora, por ambição e vaidade, seja o do PMDB. Este, por sua vez, aceitou-o porque não tinha outro e Meirelles tem a vantagem de “já vir” com o dinheiro da campnha, deixando o resto dos fundos para a velha camarilha partidária.
Um governo desastroso, chefiado por alguém ridículo e ilegítimo, visto como maldito pela população espalha a mais de um esta maldição em eleições.
Com mais que o dobro do que tem Temer, 7% de aprovação, José Sarney arrastou para o vexame eleitoral dois homens com muito mais história e respeito público do que tem Geraldo Alckmin, ao soterrar as candidaturas de Ulysses Guimarães e de Aureliano Chaves.
Desculpem os que pensam o contrário, mas o latifúndio televisivo de Alckmin não é o suficiente para leva-lo a uma posição de favoritismo.
Até porque o estrago que fez o corvo Bolsonaro no ninho eleitoral dos tucanos não é pouca coisa.
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