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sábado, 28 de julho de 2018

Gilmar: Jungmann tem de se pronunciar sobre ação da PF

Para celebrar os 57 anos da universidade, uma cerimônia foi realizada no hall da reitoria. A solenidade teve início com a apresentação da Orquestra de câmara e madrigal da UFSC - Reprodução

Atuação da PF em Universidade Federal de Santa Catarina

A investigação é sobre um professor de jornalismo da UFSC por supostas críticas a uma delegada

Mônica Bergamo – Folha de S.Paulo

A investigação da Polícia Federal sobre um professor de jornalismo da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) por supostas críticas a uma delegada que comandou operações da Lava Jato já gera reação no STF (Supremo Tribunal Federal) e em outros meios jurídicos.

“O ministro Raul Jungmann [da Segurança Pública] tem que se pronunciar”, diz o ministro Gilmar Mendes, do STF. “Um bom legado dele será instalar o Estado de Direito na PF.”

“Eles [PF] não têm nenhum cuidado com a honra alheia e são tão cuidadosos quando criticam os seus”, segue Gilmar. “É de assombrar”, disse outro magistrado.

A PF abriu a investigação contra Aureo Mafra Moraes, chefe de gabinete da reitoria, depois de tomar conhecimento de um vídeo com entrevistas dadas por ele num evento da universidade. 

O professor não faz referência à PF. Mas cartazes atrás dele criticavam a Operação Ouvidos Moucos e “agentes públicos que praticaram abuso de poder contra a UFSC e levaram ao suicídio do reitor” Luiz Cancellier. Preso no ano passado, ele acabou se matando.

Moraes passou a ser investigado sob suspeita de atentado contra a honra da delegada Erika Mialik Marena, que ordenou a prisão de Cancellier.

A reportagem da Folha circulou também em grupos de advogados. “Não bastasse a truculência da operação que levou à prisão e, posteriormente, por conta dela, à morte do reitor, agora querem sufocar a liberdade de crítica numa demonstração ímpar de autoritarismo”, diz o criminalista Alberto Toron.

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