Após uma brevíssima trégua, as
oposições voltaram com tudo esta semana, unindo partidos e "movimentos
de rua" em defesa do impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Só derrubar o governo, no
entanto, já não basta. O objetivo agora é simplesmente defender a
extinção do PT, como anunciou o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio,
durante o depoimento na CPI da Petrobras feito semana passada
pelo tesoureiro do partido, João Vaccari, que foi preso pela Polícia
Federal, na manhã desta quarta-feira.
Logo após a prisão, o líder do DEM
no Senado, Ronaldo Caiado, divulgou nota em que pede abertamente, sem
meias palavras, o impeachment da presidente e o fim do partido que
governa o país há mais de 12 anos:
"Diante desse cenário, tudo caminha
para que o PT perca o registro de partido político. E, comprovado que a
presidente Dilma fosse beneficiada por esse esquema em suas campanhas,
será mais do que suficiente para ela perder o mandato por corrupção".
Na mesma linha, o líder do PPS na
Câmara, Rubens Bueno, correu à imprensa para afirmar que as condições
estão sendo criadas para o impeachment contra a presidente Dilma: "O
povo na rua, a PF, o Ministério Público e o Judiciário agindo. Cada vez o
cerco apertando mais. Será inevitável, no final, o processo de
impeachment".
Com medo de perder o bonde, o
presidente do PSDB, senador Aécio Neves, já havia saído dos seus
confortos, na véspera, ao encontrar motivos "extremamente fortes" para
defender o impeachment da presidente Dilma, tese que o partido,
aconselhado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, havia deixado
em stand by, à espera dos pareceres de seus juristas.
Aécio resolveu aderir ao neotucanato
xiita liderado por Carlos Sampaio, que foi advogado da sua campanha
presidencial, depois de receber representantes do "Vem para a Rua", um
dos movimentos que levantaram a bandeira do "Fora Dilma" nas
manifestações do último domingo.
"Impeachment não é uma palavra
proibida. Impeachment não é golpe, é constitucional", justificou
o candidato a presidente do PSDB derrotado nas eleições de outubro.
Os tucanos e suas linhas auxiliares
não só não desistiram do terceiro turno como agora partiram para
eliminar o adversário no parlamento, na mídia e nos tribunais.
Aceleraram o andamento do golpe,
sim, pois é este o nome que se dá à tentativa de revogar os resultados
das urnas por outros meios.
Vida que segue.
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